Saúde, o que se esperar dela, vida ou morte?

*Sandro de Almeida


Pessoas que depositaram a confiança em um representante que poderia continuar e melhorar a saúde de Nova Andradina, 31 dias depois de assumir o cargo, as pessoas continuam na batalha pela vida, onde faltam tudo na saúde pública, desde melhores atendimentos, medicamentos, médicos, suporte físico nas instalações de um hospital que recebe centenas de atendimentos diários, onde você tem que levar de sua casa cadeiras, pois o que não tem dentro de um hospital público do porte como o Regional.

Esse é um ponto crucial da administração pública e do poder legislativo que não cobra ações duras na questão “vida”, saúde. Como disse um vereador outro dia em tribuna que esse “problema” se arrasta por décadas, então deve ser falta de capacidade no sistema? E agora vereador? Qual seria a sua solução?

Semanalmente milhares de pessoas madrugam em frente às unidades básicas de saúde para consultar com um médico do SUS – Sistema Único de Saúde. Não há garantia de que quem necessita será atendido. Como é o caso de uma comerciária, a espera de uma vaga para ser avaliada por um especialista, que podem durar semanas, meses, até se arrastar por um ano.

O problema da saúde em Nova Andradina se assemelha ao de diversas cidades brasileiras. Ou faltam médicos, ou a burocracia atrapalha, ou o sistema é lento e desconexo.

Ser testemunha de que a precariedade do atendimento é sentida também pelos próprios servidores. Eles ficam se queixando que não têm material, falta isso, falta aquilo. “Tentamos fazer das tripas ao coração, mas têm horas que não dá mais, o limite chega e ficamos de mãos atadas, aí os pacientes não entendem que não é culpa nossa, e nos xingam de todos os nomes”, desabafa uma enfermeira.

Promessas
Na hora de bater na porta das casas e prometer que elevaria os níveis de investimento na área de saúde, todos partiram para cima. Mas 31 dias passados, o que se vê, é um secretário de gestão na saúde que esta recebendo ordens para isso e para aquilo, ao invés de cumprir sua pasta sem medir os esforços, sem dar ouvidos a quem não tem interesse de administrar a saúde como deveria ser, coloque o plano B para funcionar, não faz como a interina que sabe nem o que significa a palavra “saúde”, pois para quem disse palavras torpes às pessoas que necessitam de remédios, não conhece realmente o que significa a palavra “saúde” ou vida.

Medicação
Pois o município é obrigado a fornecer as medicações, já que todas são de autos custos e o Caps é uma unidade federal. A interrupção de medicamentos para o Caps poderá ocasionar danos à vida social dos pacientes, é responsabilidade do governo municipal o fornecimento das medicações, pois são em torno de 400 pacientes mentais só no Caps.

No caso do Caps, os pacientes podem ter crises, terem tendências a suicídio e agressividade pela falta da medicação controlada. Se você precisa do medicamento hoje, para aliviar uma dor, uma doença e ter que esperar mais de 10 dias para ter o medicamento em mãos para tomar e aliviar essa dor, agende com seu organismo essa dor, agende com sua doença essa dor, pois a mulher que controla o dinheiro da saúde, deu essa resposta para você.

A mulher que controla o dinheiro no que vai ser gasto, não quer gastar com “vida”, não quer solucionar o problema da saúde, não quer utilizar o plano B, quer simplesmente fechar as portas na cara da população.

Consultas e exames
Afirmar que a solução para a saúde pública é difícil é um eufemismo. O mais provável é que não haja solução alguma e que se trate, simplesmente, de um problema impossível de ser resolvido.

A questão mais importante é saber que problema é esse. É preciso, antes de mais nada, definir o que está ruim e que, portanto, precisa de uma solução. Para que fique claro: o principal problema do Sus é o tempo de espera para marcar consultas e exames. Esse tempo nada tem a ver com o tempo em sala de espera, mas sim com a distância que separa o dia em que um cidadão procura o serviço de saúde para marcar uma consulta e o dia em que a consulta ocorre. Muitos leitores não devem saber, mas é comum que, em todos os lugares do Brasil, se espere três meses ou mais para que ocorra a consulta. Os usuários do sistema privado esperam uma, duas, talvez três semanas para uma consulta médica, ao passo que os usuários do Sus dificilmente são recebidos pelo médico antes de 90 dias.

O aumento de recursos tem limites claros. O Brasil já desfruta de uma das maiores cargas tributárias do mundo, sob qualquer parâmetro de comparação: é a maior dentre os países emergentes, é das maiores na comparação com os desenvolvidos, na América Latina etc. Além da impossibilidade de se aumentar indefinidamente a carga tributária, a saúde pode ser o problema mais importante, mas não é o único. Os recursos do governo precisam ser direcionados para outros problemas, como educação, infraestrutura, política social, previdência etc. Sob qualquer prisma, sob uma análise mais cuidadosa ou mais geral, é muito difícil sustentar que a solução do tempo de espera para consultas e exames estejam no aumento dos recursos direcionados para a saúde.

Melhorar a gestão também não parece ser a solução. O problema do atendimento público da saúde está muito na ponta: ocorre na relação existente entre os médicos e seu trabalho, entre os médicos e seus potenciais pacientes. Nada tem a ver com compra de equipamentos, compra de material hospitalar, coisas assim. O médico precisa se dedicar ao trabalho e, caso isso não ocorra, ele precisa ser punido. É aí que entra o velho e conhecido problema do agente e do principal: ninguém é dono do Sus, ninguém manda nos médicos, eles são o agente, mas não há o chefe, não há o principal que os faça atender a população. A mídia e a população já conhecem o jogo de empurra: os médicos afirmam que são mal pagos e que não têm recursos para trabalhar, os prefeitos e governadores admitem, mas obviamente não dizem em público, que os médicos faltam sistematicamente ao trabalho e nada podem fazer contra isso. Não há gestão que resolva isso, é um típico problema de agente-principal.

Gestão é o remédio que a saúde precisa?
Quando a administração assumiu, tinha um objetivo claro, universalizar o atendimento aos munícipes, que, em troca, pagam altos impostos. Como é de conhecimento público, não foi isso o que aconteceu. Passados 31 dias, usuários enfrentam filas e esperam meses e até anos para conseguir realizar uma cirurgia eletiva – os procedimentos não emergenciais.

Parcela de culpa
A população tem sim uma parcela de culpa no quesito “lixo jogado no lixo”, limpeza de terrenos, mas se houvesse uma fiscalização nos primeiros dias do ano de 2013, tivesse feito uma prevenção e uma limpeza geral na cidade, em 15 dias teriam evitado mortes, epidemia de Dengue entre outros casos, mas somente depois de uma morte noticiada na mídia, as coisas começaram acontecer.

Até quando seremos vítimas desta “saúde pública”, até quando o município ficará sem um secretário de verdade na saúde? Até quando essa interina vai ficar metendo o dedo onde não sabe meter?

Até quando?

Opinião do diretor do Jornal da Nova
 

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