RJ tem 577 bicicletas furtadas e 61 roubadas entre julho e setembro

Da Redação


O estado do Rio registrou 577 furtos e 61 roubos, uma média de quase 7 crimes por dia, nos últimos três meses. Os dados são do Instituto de Segurança Pública, incluindo os indicadores mês de setembro, divulgados nesta quarta-feira (21), três meses após a sanção do projeto de lei que determinou que os registros de roubos e furtos de bicicletas fossem especificados no registro de ocorrência da Polícia Civil.

A lei foi sancionada pelo governador Pezão em junho, após diversos casos envolvendo crimes contra ciclistas. O mais famoso ocorreu com o médico Jaime Gold, morto na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio. Um adolescente que roubou sua bicicleta o esfaqueou na barriga.

Na semana em que se completam cinco meses da morte do médico, o presidente da comissão de Segurança no Ciclismo na cidade do Rio de Janeiro, Raphael Pazos, afirma que os crimes desse tipo vão aumentar:

"Eu tenho uma notícia triste: quanto mais a população estiver indo pras ruas com as bicicletas, seja para lazer, esporte, transporte ou trabalho, mais roubos e furtos vão acontecer", lamenta ele.

Após 220 furtos e 23 roubos em julho, os números caíram para 170 furtos e 17 roubos em agosto, uma queda de mais de 20% em furtos. Em setembro, no entanto, uma nova subida nas estatísticas indica que 187 furtos e 21 registros de roubos ocorreram em todo o estado.

Segundo o "G1/RJ", os dados mostram que, em setembro, entre as dez delegacias com o maior número de registros de furto ou roubo no estado, seis são da cidade do Rio: Leblon (14 furtos e 2 roubos); Recreio (12 furtos); Botafogo (9 furtos e 1 roubo); Mem de Sá, no Centro (5 furtos); Copacabana (5 furtos) e Barra da Tijuca (4 furtos). No interior do estado do Rio, as delegacias com mais registros são as de Campos (7 furtos); Porciúncula (6 furtos), Magé (4 furtos e 1 roubo) e Piabetá (4 furtos)

No acumulado de julho a setembro, as áreas das delegacias do Leblon e Botafogo, na Zona Sul do Rio, lideram as estatísticas, com 47 e 33 ocorrências (roubos mais furtos), respectivamente. O Recreio, na Zona Oeste, vem logo atrás, com 31 registros feitos entre julho e setembro.

"A maior parte dos roubos vai acontecer onde há ciclovias, onde as bicicletas são mais comuns", explica Rafael. Ele diz, no entanto, que a lei tem pelo menos um lado positivo: mostrar que os crimes envolvendo as bicicletas merecem atenção, e que há um mercado paralelo abastecido por estes roubos e furtos.

"A polícia agora, com esses dados, vai poder chegar aos receptadores, que continuam a utilizar menores para a prática desses crimes. É neles que precisamos chegar", alerta.

Maior incidência à tarde
Uma nova estatística referente aos horários de registro dos crimes pode ajudar a Policia Civil. 35,9% dos casos ocorreram entre as 12h e 17h59. Segundo o delegado Fábio da Costa Ferreira, diretor do Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTIT), os títulos de ocorrência fornecem uma visão bem restrita de um determinado tipo de crime:

"A análise criminal na investigação leva em conta vários outros elementos, outros detalhamentos", analisa o diretor. Segundo Fábio, os dados referentes ao roubo e furto de bicicletas podem ser importantes para investigar a ação de quadrilhas:

"Você consegue agrupar vários fatos individuais a partir desses dados, para identificar se os crimes estão sendo cometidos pelos mesmos grupos", explica Fábio.

A divulgação dos horários em que os crimes mais ocorrem, feita nos relatórios do ISP, auxilia o trabalho da Polícia Civil. "Os horários dos crimes são microdados que sempre foram contabilizados pela Polícia Civil. Isso ajuda porque os recursos são escassos, então quando o patrulhamento tem esses dados de inteligência, fica mais fácil", avalia.

A lei aprovada, de autoria dos deputadas Martha Rocha (PSD) e André Ceciliano (PT), tipifica os crimes de roubo e furto de bicicleta, com objetivo de ajudar a Polícia Civil a investigar os crimes e chegar aos assaltantes.

Na Câmara de vereadores, a CPI das Bikes, que investiga a venda de bicicletas e peças do veículo abaixo do preço de mercado em sites na internet, já entrou em sua última fase. O relatório final, de responsabilidade do vereador Jefferson Moura (Rede), já começou a ser elaborado, juntamente com o caderno de propostas para a Câmara. O conteúdo deve ser apresentado até o início de novembro.

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