Ex-companheiro de banda: ''falei com o Champignon e parecia confuso''

Terra


O talento de Champignon, morto no início da madrugada desta segunda-feira (9), não se restringiu a banda Charlie Brown Jr. Além da parceria com Chorão, o baixista também tocou com a banda Nove Mil Anjos, formada em 2008 por Junior Lima (irmão de Sandy), como baterista, Péricles Carpigiani, no vocal, e Peu Sousa, na guitarra.

“Tocamos juntos por uns dois anos, dividimos quarto, contas, muitas coisas. Ele era um cara extremamente talentoso”, falou Péricles que teve seu último contato com Champignon na tarde de domingo (8).

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O músico contou que a conversa aconteceu pela internet, por volta das duas horas da tarde. Após ver uma foto do baixista na web com a palavra “Judas” escrita, ele procurou o amigo para saber o que estava acontecendo. “Perguntei por que estavam chamando ele de Judas, o que estava acontecendo. Eu acho que algumas pessoas não entenderam a atitude dele de ter começado a banda, A Banca, um mês depois da morte do Chorão, e começaram a criticar”, disse Peri.

Ele ainda relatou que Champignon chegou a reclamar que as pessoas não sabiam o que estava acontecendo com ele e falou algo sobre não ter os direitos das coisas que fez com o Charlie Brown. “Ele parecia bem confuso, não consegui entender direito o que queria dizer, mas pareceu que estava preocupado com o futuro”.

Drogas o grande problema

Peri relembrou os momentos que trabalhou ao lado do baixista e também os motivos que levaram a banda Nove Mil Anjos a chegar ao fim. Segundo ele, o rompimento foi por questão de como cada integrante cuidava de sua saúde. Enquanto ele e Júnior Lima eram mais ‘caretas’, não usavam drogas, Peu e Champignon faziam uso de cocaína. “Isso fez com que a gente parasse de trabalhar juntos. Isso é uma doença, não podemos julgar o que leva uma pessoa a ir contra a sua vida, mas a partir do momento que você está envolvido com essas coisas é dominado por isso”, desabafou Peri que lamentou ter perdido o terceiro amigo esse ano. “Primeiro foi o Chorão, depois o Peu e agora o Champs”.

Para o vocalista, o que influenciou a atitude de Champignon foi uma bipolaridade descontrolada e os altos e baixos da fama, além do uso de drogas. “Não me importo de falar sobre isso, ele era um cara que eu gostava pra caramba, to muito chateado porque tive uma relação muito próxima com ele, mas era nesse ponto que a gente divergia (as drogas)”.

Peri lamentou a morte trágica do amigo e fez um alerta para fãs e adolescentes. “Cocaína é uma doença, tem que ser tratado como uma doença. Eu não ligo de falar sobre coisas pesadas assim, porque pior do que está não fica. Não aguento mais ver meus amigos morrerem por causa dessa merda”, desabafou o vocalista.

Chorão, parceiro de Champignon na banda Charlie Brown Jr. morreu de overdose de cocaína em 06 de março deste ano, dois meses depois Peu Souza, guitarrista que tocou com Champignon na Nove Mil Anjo, foi encontrado morto em sua casa em Salvador, a morte foi provocada por suicídio, ele foi encontrado morto por sua esposa no quarto do casamlcom um cinto de couro amarrado ao pescoço.

O caso
Luiz Carlos Leão Duarte Junior, conhecido como Champignon, foi encontrado morto em seu apartamento, na região do Morumbi, na zona oeste de São Paulo (SP), na madrugada desta segunda-feira (9), com um tiro de pistola 380 na cabeça. A polícia constatou que a causa da morte foi suicídio.

Uma arma foi encontrada na mão do músico. Ele estava em casa com Cláudia Campos, sua mulher, que está grávida e deixou o local em estado de choque. Ela chegou a ser atendida em um hospital.

Na noite anterior, ele e a mulher foram jantar com um casal de amigos. De acordo com o corretor de imóveis Alexandre Denaion, vizinho do músico, ele aparentava estar bem e havia consumido "apenas dois saquês".

Alexandre Denaion relatou que, por volta da 0h05 desta segunda-feira, ouviu um "barulho seco" de um tiro e a voz de Cláudia desesperada repetindo: "amor, você não fez isso". Ele conta que entrou no quarto onde Champignon guardava instrumentos, e viu a arma - uma pistola calibre 380 - na mão do músico, além de muito sangue.

O caso acontece cerca de seis meses depois da morte de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, amigo de infância e parceiro com quem Champignon teve desentendimentos na banda Charlie Brown Jr. Atualmente, se dedicava à banda A Banca.

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