Sem acesso à água, produtores reivindicam novos poços em assentamento

Moradores da zona rural de Nova Andradina sofrem com distribuição comprometida e armazenam recurso de forma precária

Da Assessoria


Proprietárias apontam mesmas dificuldades - Foto: CMNA/Divulgação 

Matar a sede, lavar louça, tomar banho, regar as plantas. O que parece simples para maioria da população da Nova Andradina se tornou sinônimo de privação para alguns moradores da zona rural. É o caso de famílias residentes no assentamento Teijin. Com a distribuição ineficiente, propriedades passam longos períodos sem água.

Com um rosto que revela as marcas do trabalho pesado, Ivone Aparecida Bersi de Oliveira (44), conta sobre o esforço que sua rotina exige. Morando sozinha em seu lote localizado da Linha da Figueira, Ivone mantém sua propriedade. A principal fonte de renda é o leite produzido por 10 vacas. “Eu luto contra essa falta de água há oito anos”, desabafou a produtora.

Segundo a moradora, é necessário ser rápido para realizar a captação. A água que abastece a região é oriunda de um poço com ramificações para aproximadamente 57 famílias. Atualmente, o recurso chega até 55 propriedades ativas. Os custos para a manutenção do poço, que precisa de energia de elétrica para funcionar, são rateados entre os beneficiários.

>>Leia mais notícias de Casa Verde

O problema, conforme o relato de Ivone, é que a distribuição não se mostra eficiente em todas as áreas que atinge. “Tem dias que a água vai chegar aqui só de noite. Passo a madrugada enchendo tanque, balde, caixa para o gado, lavando roupa antes que falte de novo e eu pago por essa água, sempre paguei”, detalhou. Ela também relatou ter passado 30 dias com as torneiras fechadas.

A sobrevivência vem de um consumo extremamente racionado e da solidariedade de vizinhos. “A gente não tem um carro ou uma moto para andar. É bom ter quem ajude, que faz uma correria numa moto, traz um cano para ajudar a puxar água, traz até uma água gelada para beber”, acrescentou Ivone.

A situação mobilizou colegas. Sensibilizado com a dificuldade dos vizinhos de assentamento, José Carlos de Almeida (34), conhecido como Marquinho, contou que decidiu somar esforços e procurar por ajuda. “Acho que a gente tem que ir atrás de quem a gente conhece. Pois já recorremos a todos os responsáveis possíveis e o problema continua”, completou Marquinho, que repassou o caso ao presidente da Câmara Municipal, Newton Luiz de Oliveira (Nenão).

Ivone: "tive que carregar água de carroça para construir minha casa" - Foto: CMNA/Divulgação 

“O emergencial é fazer com que as pessoas conheçam a situação desses produtores. Eles podem não ser maioria, mas é uma situação precária e que precisa ser resolvida. Por isso viemos conferir de perto e, infelizmente, o que vimos foi pior do que o que esperávamos”, analisou o vereador.

Mais “seca”

Acumulada em tambores e tanques, a água é um recurso ainda mais escasso na casa de Juraci Mateus Barbosa (54). Residente há nove anos em seu lote na Linha Cabeceira do Samambaia, Juraci vive com o esposo e dois netos de oito e nove anos. A família também se sustenta com a produção de leite.

A caixa d’água da casa tem capacidade para 500 litros, já a caixa externa, para 1000 litros. Ambas nunca estiveram cheias. “À noite é o período em que ela (água) chega um pouco melhor, mas mesmo assim não tem pressão para subir e encher a caixa”. A gente fica de balde enchendo o que pode”, descreveu Juraci.

De aspecto esverdeado e pouco atrativo, a mesma água utilizada para irrigar as plantas que resistem ao sol e abastecer o reservatório para os animais é usada para fins domésticos, como o consumo próprio, banho, preparo da comida e limpeza da casa. “Eu uso essa água para tudo. É a que a gente tem”, frisou a produtora. De acordo com Juraci, ao menos mais três vizinhos próximos lidam com o mesmo dilema, mas outros produtores passam por escassez de água.

Cobrança

“Até a saúde dessas pessoas está comprometida. Além da água sem qualidade, elas não têm sequer descanso, pois à noite aproveitam que o fluxo é um pouco maior para encherem os reservatórios”, disse Nenão.

Mesmo com qualidade comprometida, água é utilizada para consumo e trabalhos domésticos - Foto: CMNA/Divulgação 

O presidente do Legislativo afirmou que a primeira medida sobre a questão será a cobrança de celeridade de um novo diagnóstico do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) quanto à região. “Precisamos ver porque não está sendo possível abrir mais poços para atender essas localidades onde a distribuição é ruim e levar a conhecimento o que essas famílias estão enfrentando”, pontuou o parlamentar.

“São nove anos levando esse problema. A partir dessa resposta, podemos em um segundo momento verificar o que o município pode fazer. Pois já houve uma demarcação para a construção de novos poços há um bom tempo, mas até agora eles não foram construídos”, finalizou.

Proprietárias apontam mesmas dificuldades - Foto: CMNA/Divulgação 

Matar a sede, lavar louça, tomar banho, regar as plantas. O que parece simples para maioria da população da Nova Andradina se tornou sinônimo de privação para alguns moradores da zona rural. É o caso de famílias residentes no assentamento Teijin. Com a distribuição ineficiente, propriedades passam longos períodos sem água.

Com um rosto que revela as marcas do trabalho pesado, Ivone Aparecida Bersi de Oliveira (44), conta sobre o esforço que sua rotina exige. Morando sozinha em seu lote localizado da Linha da Figueira, Ivone mantém sua propriedade. A principal fonte de renda é o leite produzido por 10 vacas. “Eu luto contra essa falta de água há oito anos”, desabafou a produtora.

Segundo a moradora, é necessário ser rápido para realizar a captação. A água que abastece a região é oriunda de um poço com ramificações para aproximadamente 57 famílias. Atualmente, o recurso chega até 55 propriedades ativas. Os custos para a manutenção do poço, que precisa de energia de elétrica para funcionar, são rateados entre os beneficiários.

>>Leia mais notícias de Casa Verde

O problema, conforme o relato de Ivone, é que a distribuição não se mostra eficiente em todas as áreas que atinge. “Tem dias que a água vai chegar aqui só de noite. Passo a madrugada enchendo tanque, balde, caixa para o gado, lavando roupa antes que falte de novo e eu pago por essa água, sempre paguei”, detalhou. Ela também relatou ter passado 30 dias com as torneiras fechadas.

A sobrevivência vem de um consumo extremamente racionado e da solidariedade de vizinhos. “A gente não tem um carro ou uma moto para andar. É bom ter quem ajude, que faz uma correria numa moto, traz um cano para ajudar a puxar água, traz até uma água gelada para beber”, acrescentou Ivone.

A situação mobilizou colegas. Sensibilizado com a dificuldade dos vizinhos de assentamento, José Carlos de Almeida (34), conhecido como Marquinho, contou que decidiu somar esforços e procurar por ajuda. “Acho que a gente tem que ir atrás de quem a gente conhece. Pois já recorremos a todos os responsáveis possíveis e o problema continua”, completou Marquinho, que repassou o caso ao presidente da Câmara Municipal, Newton Luiz de Oliveira (Nenão).

Ivone: "tive que carregar água de carroça para construir minha casa" - Foto: CMNA/Divulgação 

“O emergencial é fazer com que as pessoas conheçam a situação desses produtores. Eles podem não ser maioria, mas é uma situação precária e que precisa ser resolvida. Por isso viemos conferir de perto e, infelizmente, o que vimos foi pior do que o que esperávamos”, analisou o vereador.

Mais “seca”

Acumulada em tambores e tanques, a água é um recurso ainda mais escasso na casa de Juraci Mateus Barbosa (54). Residente há nove anos em seu lote na Linha Cabeceira do Samambaia, Juraci vive com o esposo e dois netos de oito e nove anos. A família também se sustenta com a produção de leite.

A caixa d’água da casa tem capacidade para 500 litros, já a caixa externa, para 1000 litros. Ambas nunca estiveram cheias. “À noite é o período em que ela (água) chega um pouco melhor, mas mesmo assim não tem pressão para subir e encher a caixa”. A gente fica de balde enchendo o que pode”, descreveu Juraci.

De aspecto esverdeado e pouco atrativo, a mesma água utilizada para irrigar as plantas que resistem ao sol e abastecer o reservatório para os animais é usada para fins domésticos, como o consumo próprio, banho, preparo da comida e limpeza da casa. “Eu uso essa água para tudo. É a que a gente tem”, frisou a produtora. De acordo com Juraci, ao menos mais três vizinhos próximos lidam com o mesmo dilema, mas outros produtores passam por escassez de água.

Cobrança

“Até a saúde dessas pessoas está comprometida. Além da água sem qualidade, elas não têm sequer descanso, pois à noite aproveitam que o fluxo é um pouco maior para encherem os reservatórios”, disse Nenão.

Mesmo com qualidade comprometida, água é utilizada para consumo e trabalhos domésticos - Foto: CMNA/Divulgação 

O presidente do Legislativo afirmou que a primeira medida sobre a questão será a cobrança de celeridade de um novo diagnóstico do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) quanto à região. “Precisamos ver porque não está sendo possível abrir mais poços para atender essas localidades onde a distribuição é ruim e levar a conhecimento o que essas famílias estão enfrentando”, pontuou o parlamentar.

“São nove anos levando esse problema. A partir dessa resposta, podemos em um segundo momento verificar o que o município pode fazer. Pois já houve uma demarcação para a construção de novos poços há um bom tempo, mas até agora eles não foram construídos”, finalizou.

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!