DNA confirma que motorista é o esquartejado

G1/SP


O corpo esquartejado e espalhado em sacos plásticos no Centro de São Paulo no mês de março é do motorista de ônibus desaparecido no mesmo mês, como informou o "Bom Dia São Paulo", nesta quinta-feira (17).

A família de Álvaro Pedroso, de 55 anos, procurou a polícia e fez um exame de DNA para confirmar o parentesco. O sangue utilizado para o teste foi o da filha do motorista.

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De acordo com o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), o motorista sumiu no último dia 22. Naquele mesmo dia, partes do tronco e membros foram encontradas no entorno do cemitério da Consolação, em Higienópolis. Cinco dias depois, a cabeça foi achada na Praça da Sé.

A Polícia Civil conseguiu um vídeo e fez o retrato falado de uma mulher que seria a amante de Álvaro. Ela é suspeita de envolvimento no sumiço e no assassinato do motorista. As imagens das câmeras, o retrato falado e a identidade da amante não foram divulgados.

O retrato falado, segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Souza Blazeck, foi feito a partir de imagens que mostram uma mulher empurrando um carrinho pela região da Consolação, onde o cadáver foi encontrado. Relatos de testemunhas da área que viram essa pessoa também ajudaram a elaborar o rosto da suspeita.

De acordo com a investigação, a família do motorista comentou que ele nasceu em Minas Gerais, mora em São Paulo, é casado, mas estaria tendo uma relação extraconjugal com uma prostituta. E que havia saído de casa na tarde de 22 de março para ver a amante. Depois disso, ele desapareceu.

Policiais investigam a hipótese de a mulher que se encontrou com Álvaro tê-lo matado ou contratado assassinos de aluguel para executá-lo. Um dos motivos seria o fato dele querer romper o relacionamento com ela.

No sábado (5) passado a Polícia Civil divulgou a imagem digitalizada do rosto do homem que teve o corpo esquartejado. Como a cabeça da vítima foi encontrada com lesões profundas do lado esquerdo, a identificação da face só foi obtida por meio de uma reconstituição feita a partir da análise computadorizada do formato do crânio.

Foi com o programa de computador de "reconstituição facial" da polícia que peritos conseguiram reproduzir o rosto que acreditam ser da vítima. Somente depois da elaboração desse retrato é que a família de Álvaro foi chamada para reconhecer a imagem, que achou parecida com a do motorista.

Suspeito preso
Na sexta-feira (4), a polícia prendeu um suspeito de ter ligação com o esquartejamento do corpo. Segundo a investigação, o morador de rua João Eduardo Jerônimo, 29, é o homem flagrado por câmeras de segurança do bairro de Higienópolis carregando um carrinho de feira com membros e o tronco. Ele não aparece nas imagens que mostram outro suspeito carregando um saco perto da Sé, onde foi encontrada a cabeça.

Um retrato computadorizado do suspeito de agir em Higienópolis foi divulgado na quinta-feira (3) e ajudou na prisão dele. A imagem foi produzida a partir de cenas de vídeos registrados por câmeras de segurança de prédios da região.

O "G1" não conseguiu falar com Jerônimo ou com algum advogado que o defenda para comentar o assunto.

Morador de rua, usuário de crack e com passagem pela polícia por roubo, o suspeito negou ter matado e esquartejado a vítima, mas confessou, segundo o DHPP, que distribuiu os sacos com as partes do corpo perto do cemitério.

Ele alegou aos policiais que não sabia que os pedaços da vítima estavam dentro. Também declarou que recebeu R$ 30 de um homem em um carro prata para distribuir os sacos.

O suspeito estava em liberdade condicional, revogada em janeiro. Após isso, a Justiça decretou um mandado de prisão. Ele tinha sido condenado a uma pena de cinco anos e quatro meses por roubo.

O DHPP investiga se o homem esquartejado foi vítima de um crime passional. Parentes do desparecido informaram que ele tinha uma amante, que teria contratado dois homens para esquartejar o corpo. O motivo seria vingança, já que a mulher não aceitou o rompimento do relacionamento.

OAB
A Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) acompanha as investigações a pedido da polícia. "Fomos chamados pelo DHPP para dar garantir a lisura e transparência da apuração", afirmou o advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão, à equipe de reportagem.

De acordo com Gonçalves Júnior, a Justiça teria decretado sigilo no caso para não atrapalhar a investigação. "Ou seja, detalhes da apuração não poderiam ser passadas para a imprensa, mas somente para as partes envolvidas: polícia, OAB e familiares".

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