Marcha da ''Maconha'' fecha a avenida Paulista

Da Redação


Centenas de pessoas se reuniram na tarde deste sábado (26) no vão livre do Museu de Arte de São Paulo e iniciaram por volta das 16h20 a Marcha da Maconha. Os manifestantes ocuparam todas as faixas da Avenida Paulista e caminharam no sentido Consolação. A Paulista foi liberada por volta das 17h30. O manifestantes interditam a Rua Augusta por onde caminham em direção ao Centro.

Em carta aberta, os organizadores da marcha orientam o público fazer a segurança da marcha, criando um cordão de isolamento em torno dos manifestantes. Eles afirmam que a marcha é pacífica.

A antropóloga Roberta Costa, uma das organizadoras da Marcha, disse que os próprios manifestantes devem garantir que não ocorram problemas.

"A gente está fazendo hoje a nossa própria segurança, a gente está fazendo um cordão de segurança. O objetivo dessa marcha aqui é começar aqui e terminar na Roosevelt em paz", afirmou.

Ela comparou o debate sobre a legalização das drogas no Brasil e nos Estados Unidos.

"Nos Estados Unidos, a galera que inventou a guerra às drogas, a galera que inventou o combate violento, eles terem legalizado não só para o uso medicinal, mas também para uso recreativo no Colorado e em Washington faz diferença. As drogas, elas não pegam em armas, não matam ninguém. É a política de guerra que mata as pessoas", afirmou.

A organizadora pediu mudanças na legislação para que o usuário não seja confundido com o traficante. "A gente sabe quem são os verdadeiros traficantes. A lei prevê apenas detenção de traficante, mas não faz a distinção entre traficante e usuário. E a gente sabe que traficante é aquele que tem um helicóptero cheio de cocaína, né?", afirmou.

Comandante da operação policial destacada para a manifestação, a capitã da Polícia Militar Sheila Cunha afirmou que cerca de 2 mil pessoas participam da concentração e estimou que o público deverá alcançar 3 mil pessoas. Segundo ela, cerca de 120 policias acompanham a marcha. A oficial disse que a polícia estará presente para garantir a segurança dos manifestantes e da população e eventualmente identificar o porte de drogas ilícitas.

Figurinhas da Copa
Manifestantes, inclusive crianças, aproveitam a concentração no Masp para trocar figurinhas da copa do mundo. No fundo do vão, colecionadores quase profissionais trocavam três figurinhas por uma, e as pessoas fazem fila para conseguir suas figurinhas mais desejadas.

"Eu tinha o álbum de 1958 até outro dia, mas um cara veio e levou por 700 reais", diz o engenheiro Rogério, que coleciona "várias edições do mesmo álbum".

Em outros cantos do Masp, colecionadores vendiam figurinhas para os mais desesperados para completar o álbum dessa ou de outras Copas. Uma figurinha "normal" sai por 50 centavos. A brilhante, um real.

Histórico
Em 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu o direito de cidadãos realizarem manifestações pela legalização de drogas em todo o Brasil. Por unanimidade dos oito ministros que participaram do julgamento, o STF decidiu que a Justiça não poderá proibir protestos e eventos públicos, como as marchas da maconha.

Em 2013, a Polícia Militar deteve um jovem suspeito de porte de entorpecente. A substância não foi qualificada pelos policiais. Houve tumulto porque participantes da marcha tentaram impedir a ação. A PM estimou que 1 mil pessoas participam da manifestação na época. Segundo o Major Élcio Góes, 150 homens realizaram o policiamento.

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