Membro do PCC condenado em decisão inédita é investigado pela Gaeco

Mesmo preso, Fernando de Souza ainda atuava no Primeiro Comando da Capital

Da Redação


Um dos réus na decisão inédita da Justiça sul-mato-grossense, que condenou 18 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Vale do Ivinhema a mais de 300 anos de prisão, irá responder por mais uma ação. Fernando de Souza Ferreira, de 28 anos, natural de Ivinhema e morador de Nova Andradina é um dos 10 investigados pelo MPE (Ministério Público Estadual) através do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

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De acordo com o novo inquérito, o jovem, também conhecido no PCC como “Joia Rara” e “Arthur”, deverá responder pelos delitos de organização criminosa e associação para o tráfico. O procedimento investigatório criminal foi ajuizado como ação penal pelos promotores de Justiça da Gaeco, Marcos Alex Vera de Oliveira e Marcos Roberto Dietz.

“Os denunciados foram flagrados mantendo interlocuções telefônicas relativas ao mercadejo de substancias entorpecentes, sendo parte das vendas ilícitas convertida em proveito da própria facção criminosa da qual todos integram e/ou utilizadas no financiamento de outras práticas ilícitas pelos membros do PCC”, detalham em trecho do processo.

Documentos obtidos com exclusividade pelo Jornal da Nova apontam que Ferreira, apesar de se encontrar custodiado na Penitenciária Harry Amorim da Costa, em Dourados, exercia a função de “Geral do Interior” do PCC, uma subdivisão da organização no âmbito de Mato Grosso do Sul responsável pelo controle e disciplina dos membros que se encontram nas ruas das cidades localizadas no interior.

Mesmo preso, o acusado, segundo o inquérito, está “diretamente ligado aos levantamentos de endereços residenciais de agentes da segurança pública no interior do Estado, para uma futura ação de ataques contra estes”. Em diálogo gravado com autorização da Justiça, um dos líderes do PCC apontam para o alto grau de periculosidade de Ferreira.

Segundo os promotores, a investigação revelou que os denunciados integravam, efetivamente, o Primeiro Comando da Capital “coordenando e articulando o cometimento de diversos crimes, tais como tráfico de drogas, roubos, tráfico de armas, homicídios e ataques a agentes de segurança pública”.

“Os presos e comparsas do meio externo, por intermédio de terminais móveis articulam o cometimento de crimes, traçam estratégias para fortalecer a facção criminosa da qual fazem parte, inclusive com ataques a policiais e agentes penitenciários, bem como orquestram os homicídios de membros do PCC que, de alguma forma, violaram o estatuto da facção e de indivíduos integrantes de facões rivais”, observam.

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