Detentos fogem após rebelião em penitenciária de Bauru

*G1


Detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP3) de Bauru (SP) deram início a uma rebelião na manhã desta terça-feira (24). Segundo informações da Polícia Militar, os presos colocaram fogo no prédio de três pavilhões e conseguiram fugir. O capitão da Polícia Militar Juliano Loureiro diz que a situação já foi controlada. “Os presos estão contidos e está sendo feito a contagem. Até o momento não sabemos quantos fugiram, mas a Polícia Militar já conseguiu recapturar 79 fugitivos. Há possibilidade de presos mais na área rural, porque na cidade já conteve bastante a fuga. Mas não há risco de mais nada.”

Acima, um vídeo registrado por um morador mostra o momento em que policiais abordam um carro com detentos que tinham fugido. 

O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas e o helicóptero Águia sobrevoa a cidade para localizar os fugitivos.

A Secretaria de Administração Penitenciária informou que a situação na penitenciária de Bauru já está controlada e que está realizando a contagem dos presos, pois alguns deles aproveitaram-se da confusão para fugir do presídio. A SAP afirma que não houve reféns. Parte dos evadidos já foi recapturada e será levada ao Centro de Detenção Provisória de Bauru. Já o COPOM, da Polícia Militar, não informou o número de detentos que fugiu do CPP.

Segundo a SAP, o CPP 3 "Prof. Noé Azevedo", antigo IPA (Instituto Penal Agrícola), funciona em regime semiaberto e tem capacidade para 1124 pessoas, mas abriga atualmente 1427 presos. Já o sindicato dos agentes funcionários afirma que o CPP 3 tem capacidade para 742 presos e abriga 1500.

Três pavilhões estão com muitos danos, segundo o capitão da PM. Familiares de presos estão no local em busca de informações de vítimas, mas o sindicato dos agentes penitenciários afirma que nenhum agente foi feito refém ou ficou ferido e que alguns presos ficaram feridos, mas nenhum com gravidade.

Apreensão de celular
Segundo o presidente do Sindicado dos Agentes Penitenciários, Gilson Pimentel Barreto, a rebelião em Bauru começou por causa de uma apreensão de celular dentro da penitenciária. "Durante uma ação dos funcionários no alojamento e pegaram um preso com um celular e a revolta começou devido a isso. Os funcionários estavam retirando o preso e o resto da população não aceitou."

Pelo menos dois pavilhões do CPP 3 ficaram danificados - Foto: WhatsApp/Jornal da Nova

Barreto informou que não há uma estimativa de quantos presos fugiram. "Foi colocado fogo em papelões, tem alguns feridos, funcionários não ficou ninguém refém, mas não foram muitas fugas", afirma. Ainda segundo Barreto, os detentos do CPP 3 em Bauru não estavam sendo monitorados com tornozeleira eletrônica porque o convênio entre o estado e a empresa não foi renovado.

Confira a nota enviada pela SAP:

A Secretaria da Administração Penitenciária informa que hoje, 24, pela manhã, durante revista de rotina, reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) III  "Prof. Noé Azevedo" de Bauru causaram tumulto no alojamento da unidade. O incidente iniciou-se após um Agente de Segurança Penitenciária ter cumprido o seu dever profissional, ou seja, surpreendeu um preso se comunicando através de celular.

 

A situação já está controlada e o  Grupo de Intervenção Rápida, formado por agentes de segurança penitenciária, está junto com a PM realizando a contagem dos presos, pois alguns deles aproveitaram-se da confusão para evadir-se do presídio. Não houve reféns. Parte dos evadidos já foi recapturada e será levada ao Centro de Detenção Provisória de Bauru.

 

Ressalvamos que as unidades de regime semiaberto, conforme determina a legislação brasileira, não dispõem de muralhas nem segurança armada, sendo cercada por alambrados. A permanência do preso nesse regime se dá mais pelo sendo de autordisciplina do preso do que a mecanismos de contenção. O CPP III é o antigo Instituto Penal Agrícola de Bauru e está localizado numa área, do tipo fazenda, de 240 alqueires. Na última saída tempor ária, que ocorreu no final de 2016 e início de 2017, 1122 presos foram beneficiados e 1074 retornaram. Hoje, 208 presos trabalham fora da unidade, exercendo atividades externas, outros 65 em empresas dentro da unidade e  358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio.

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