Há muito tempo eu andava pedindo um cachorrinho para minha mãe. Todos os dias quando saía da escola passava em uma loja de mascotes para admirar os animais à venda. Sabia preços e todos os cuidados que deveria ter, caso conseguisse meu tão sonhado amiguinho. O problema é que minha mãe sempre dizia que não queria cachorro, pois fazia muita sujeira e dava muito trabalho.
Um dia caminhando pela rua encontrei um cachorrinho perdido e comentei com minha mãe sobre o quanto seria legal adotarmos um animalzinho assim, afinal, ele deveria se sentir muito triste e faríamos uma boa ação salvando-o do frio e da fome. Minha mãe me olhou diferente aquele dia e foi então que compreendi que estava conquistando-a direitinho. Passou-se um tempo e eu comecei a observar algo de “errado”, ela estava vendo casa e cama para cachorro na internet. Foi aí que compreendi, com muita felicidade, que finalmente ia ganhar o meu companheiro.
Dito e feito! No outro dia, ao chegar da escola, mamãe me esperava com uma surpresa. Tinha entrado em uma página de Facebook para adoção de animais de rua e havia me conseguido um cachorro. Era um animalzinho minúsculo, uma bolinha de pelos, branco feito neve, tinha a orelhinha abaixada e o rabinho meio levantado. Era uma mescla de cachorro da raça Akita, com qualquer outra raça indefinida, mas para mim não fez a menor diferença que não fosse de raça pura e que não tivesse pedigree. Meu fiel companheiro enfim havia chegado! Demorou para que eu escolhesse o seu nome, pois queria um japonês e a minha família não, então decidimos dar-lhe o nome de Jhow.
Foram 2 anos felizes, mais difícil no primeiro mês, pois ele ficou doente e achei que ia perdê-lo, mas com cuidados médicos e carinho ele superou. Ensinei-lhe muita coisa: dar-me bom dia com a pata, correr para buscar a bolinha. Mudei o seu paladar e começou a comer todo tipo de fruta.
Sim, meu companheirinho aprendeu muita coisa, mas quem aprendeu de verdade fui eu. Aprendi o que era companheirismo e amizade, pois Jhow sempre me acompanhava em todos os lugares. Se eu estava na cozinha, ele estava na janela; se eu estivesse na sala, ele estava na porta; quando chorava, ele colocava a cabeça em cima da minha perna; quando demorava para acordar, ele ia na janela e fazia barulho.
Foram os melhores anos de minha vida, mas infelizmente meu amigo teve que partir. Ficou muito bravo e tivemos que mandá-lo para uma fazenda. Doeu muito saber que ele não estaria mais ao meu lado, mas sabia que era o melhor a ser feito.
Nesses dois anos com meu cachorro aprendi o verdadeiro significado do amor e companheirismo. Um ser tão pequenino me ensinou que a felicidade está nas coisas mais simples da vida, como por exemplo, um latido de alegria com a sensação de "foi bom te ver!".
*Estudante do curso de Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (IFMS), campus: Nova Andradina. Gosto da boa literatura, pois me perco em um mundo completamente diferente e gosto do campo, pois aproveito o doce cheiro do orvalho e do bom café para dar uma descansada.
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