Advogada confia que vai esclarecer morte de MC Daleste


Um ano depois, a morte do funkeiro Daniel Pellegrine, o MC Daleste, permanece sem explicação, mas a advogada da família, Patrícia Vega, está confiante de que o caso, transferido em abril para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), será solucionado.

“A transferência para o DHPP e o rumo que as investigações tomaram deram uma nova confiança para a família, com certeza. Eu acredito, de verdade, que eles [os investigadores] vão descobrir, até porque foram descartadas muitas possibilidades aventadas na época do crime. O trabalho do DHPP é muito detalhista e apurado”.

Daleste foi morto no palco, diante de milhares de fãs, em um show em Campinas, no bairro San Martin, no dia 6 de julho de 2013. O momento em que o funkeiro foi baleado foi registrado por vários vídeos, mas a autoria do disparo ainda é um mistério. Daleste tinha 20 anos. A investigação começou no Setor de Homicídios de Campinas.

Patrícia lembra que o caso foi decretado sigiloso pela Polícia Civil na última segunda-feira (30) e, portanto, ela não pode comentar a investigação. Mas diz que está acompanhando de perto.

A advogada descarta a hipótese de que Daleste estivesse sendo ameaçado.

“Tenho 100% de certeza que não. Logo quando ele levou o tiro e foi levado para o hospital, ele falava para os meninos tirarem foto, postar no Instagram. Ele não acreditava que ia morrer. Se estivesse sendo ameaçado, ele diria “poxa, fulano ameaçou e cumpriu”, “não imaginaria que chegaria a esse ponto”, alguma coisa assim. Nem ele nem a família estavam sendo ameaçados”.

A suspeita foi levantada depois que uma gravação encontrada em um tablet, pertencente a Daleste, revelou uma música inédita, na qual o funkeiro fala da própria morte como se soubesse que estava para morrer, e deixa um recado para as pessoas que ama.

Versos como “entendi um pouco da vida, mas está difícil de entender um pouquinho da morte”, “eu vou em direção à luz, eu vou encontrar Jesus” e “ quando eu partir, vou estar olhando por vocês: família, amigos, fãs” suscitaram a hipótese de o cantor ter sofrido ameaças de morte. A pedido da Rede Record, um perito comparou entrevistas do MC e um clipe com o material encontrado, e confirmou que a voz pertence à mesma pessoa.

Patrícia informa que o equipamento foi encaminhado para o Instituto de Criminalística, para a perícia.

“Mas o que posso te adiantar é que aquela gravação foi feita há mais de um ano da morte dele. Imagino que não tenha nada a ver com o assassinato. Talvez fosse um pressentimento na época. Ele era artista, e a forma como ele externava as coisas era compondo”.

Daleste tinha apenas dez minutos de show quando foi atingido duas vezes. O primeiro tiro passou de raspão, na axila direita. Sem desconfiar de que se tratava de uma bala, ele chegou a reclamar com a plateia e prosseguiu com a apresentação. Pouco tempo depois, caiu ao receber o segundo tiro, no abdome. Consciente, o músico chegou a ser levado ao Hospital Municipal de Paulínia, mas não resistiu.

De acordo com laudo do IML (Instituto Médico Legal), divulgado no dia 15 de julho, o músico morreu de anemia aguda, em função da quantidade de sangue que perdeu.

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