Meus feriados

* Maria Luiza Peixoto Souza


Quando eu era criança, quase em todos os feriados, o pessoal de casa e eu íamos visitar nossa família que mora em uma cidadezinha bem pequena, simplesinha e bem distante da cidade onde moramos.

Normalmente saímos de casa de madrugada, umas três horas antes de o sol nascer. Pegávamos nossas bagagens e as encaixávamos como um quebra-cabeça dentro do carro, para que nada ficasse para trás. Minha irmã e eu íamos no banco de trás, quase não nos mexíamos com aquele monte de travesseiros e pacotes de doces e salgadinhos no colo.

Pegando a estrada, meu pai seguia direto por umas três horas, depois desse tempo fazíamos uma parada bem rápida para esticar um pouco as pernas, e lá íamos nós de novo nos encaixar no carro, no meio dos travesseiros e malas.

Mais umas duas horas de estrada, e chegávamos à cidadezinha. Assim que meu pai estacionava o carro na frente da casa do meu tio, vinham todos os meus primos correndo para nos receber, então eles nos ajudavam a descarregar a bagagem do carro.

Geralmente chegávamos na hora do almoço, então, assim que tirávamos as malas do carro, íamos para a cozinha ajudar a preparar o almoço. E com o passar dos minutos iam chegando mais tios e primos que moravam por perto.

Quando o almoço ficava pronto, todos nos reuníamos no quintal. A mesa de almoço era pequena, não cabiam todos, então as crianças se sentavam no chão escoradas na parede e apoiando o prato no colo, e sempre tinha aquele primo que subia na rede do meu avô e ficava balançando enquanto comia. Não demorava um minuto, e já vinha meu avô com seu prato de comida na mão, e dava um sermão em quem estava na rede.

Depois que o almoço terminava, meus primos e eu íamos brincar de passa-anel, enquanto os adultos tiravam a mesa. Não tínhamos um anel, então usávamos alguma pedrinha que estivesse no chão por perto. Quando o relógio passava das 15h30min a família se reunia novamente para tomar banho de rio, e por lá ficávamos até o dia acabar.

Quando voltávamos para casa do meu tio, meu pai acendia a churrasqueira e os tios começavam a assar carne. Assim que ficava pronto, seguia-se a mesma rotina do almoço: adultos na mesa e as crianças no chão.

Chegando o fim do jantar, a família se dividia em três casas, pois não cabiam todos em uma só. E assim era o dia lá na casa do meu tio. No dia seguinte, era a mesma coisa: almoço, rio e churrasco.

Até que chegava o dia de ir embora. Todos arrumavam as malas e a minha família e eu começávamos a guardar a bagagem no carro. Na hora de sair, era aquele aperto no meu coração, e sempre antes de sairmos de lá, meu avô dizia “Voltem para nos visitar no próximo feriado”. E assim seguíamos de volta para nossa casa. Na estrada, minha irmã e eu vínhamos relembrando os melhores momentos que tivemos lá com nossos tios e primos, e em como era bom estar com eles. E era nesse tempo dentro do carro de volta para casa, que eu tinha certeza de que no próximo feriado voltaríamos para visitá-los novamente. 

* Estudante do curso de Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (IFMS), campus: Nova Andradina. Gosto de passar o tempo com minha família e amigos.

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