Vivo irrita usuários e Procon encaminha processo contra operadora

Dourados News


Dezenas de usuários da operadora de telefonia móvel Vivo há dias procuram o "Dourados News" reclamando da falta de eficiência do serviço de voz prestado pela empresa. Segundo eles, boa parte das ligações são ‘picotadas’ durante a fala ou não se completam. Em alguns locais, incluindo a região central, é frequente a falta de sinal no aparelho e a ineficiência na comunicação.

O descaso é tanto, conforme os consumidores, que em redes sociais as reclamações são constantes. Porém, para que o fato se torne documentado e o problema se aproxime de uma solução, os órgãos competentes devem ser contatados.

Segundo o diretor do Procon no município, Rozemar Mattos, a telefonia é o setor campeão de reclamações por parte da população, e a Vivo, a que recebe maior quantidade de queixas em relação ao sinal.

As manifestações já chegaram a ponto de se juntar dados para que sejam elaborados três processos contra a prestadora de serviço a fim de que haja uma explicação sobre a má qualidade nas conversas.

“Estamos com dois processos em andamento e já encaminhando o terceiro deles. As pessoas que se sentirem prejudicadas devem procurar o órgão e remeter suas queixas. Ontem [quinta-feira] estive numa reunião onde mais de 90% das pessoas relataram o problema de sinal da Vivo. Mas é preciso oficializar isso para que possamos prosseguir com esses processos. É absurdo isso, estão lesando o direito do consumidor a cada dia”, relatou.

Os casos de reclamações sem a eficiência junto ao atendimento da operadora também tem deixado irritado os usuários, já que o problema sempre é remetido às falhas de sistema que brevemente serão resolvidos, porém, quase nada acontece.

Em contato com a assessoria de imprensa da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que regulamenta o serviço no país, o Dourados News foi avisado que as áreas licitadas pelas empresas de telefonia devem ter no mínimo 80% de abrangência no distrito sede.

Esta é a obrigação contratual a qual a empresa deve cumprir seu papel, o que proporciona brechas em relação à qualidade do serviço prestado no município aos usuários.

“Nos casos licitatórios, a área deve abranger no mínimo, 80% deste distrito sede. Caso isso não ocorra, a Anatel pode gerar um processo administrativo contra a operadora. Em alguns locais onde não é cumprido o combinado, as prestadoras de serviço são proibidas de comercializarem seus produtos até que o atendimento seja normalizado. Quanto a qualidade do sinal, deve ser denunciado e também cobrado junto a própria empresa”, diz a assessoria.

Mesmo diante das reclamações, no site da agência a consolidação mensal do serviço de conexão de voz – que é o caso especificado – datado de janeiro de 2014, mostra que a Vivo cumpria o seu papel na época.

Dos 95% exigidos como referencia para as ligações completadas, a operadora aparece com 97,32%, superando a marca.

O mesmo acontece com o critério de ‘desconexão de chamadas de voz’, ou seja, quando a ligação é perdida durante a conversa. Os números, segundo a referência, não podem passar de 2% no município, e a taxa da operadora citada é de 1,15%.

“É um caso de se analisar, já que na cidade não existem morros ou algo que possa interferir no sinal. Porém, é o que afirmamos, a operadora tem a obrigação de abranger 80% do distrito sede. Casos de áreas onde não exista essa cobertura, o serviço deve ser tratado com a própria prestadora”, finalizou a Anatel.

O "Dourados News" tentou contato com a operadora através de sua assessoria de imprensa e foi informado que a prioridade é oferecer serviços e atendimento de qualidade a seus clientes, não só de Dourados, mas em todo o Brasil e por isso mantém equipes técnicas capacitadas para atuarem prontamente quando alguma instabilidade pontual é identificada.

Porém, os questionamentos feitos pela condição precária de sinal, origem de problema e plano de melhora no município não foram respondidos.

Corumbá proibiu vendas

Os problemas com a Vivo não se resumem apenas a Dourados. No início de agosto, a prefeitura de Corumbá cancelou a inscrição municipal e o alvará da operadora e proibiu que seus produtos fossem comercializados. Segundo decreto publicado no Diário Oficial daquele município, a empresa não cumpriu compromissos de melhoras na qualidade da telefonia móvel. A promessa teria sido feita em 2013.

CPI da telefonia na AL

Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul também corre uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as empresas de telefonia móvel. Entre os objetivos, estão descobrir os motivos dos sinais fracos, se há redes suficientes, as causas da dificuldade de aparelhos atingirem os sinais e o investimento realizado no Estado.

O processo teve início em junho e já realizou diversas reuniões com representantes das operadoras.

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!