Ex-comandante da PM de Casa Verde foi um dos alvos da operação ''narcocigarreira''

Ação policial também prendeu mais dois policiais em Bataguassu

Da Redação


A operação Nepsis, deflagrada no último sábado (22), realizou buscas em endereços na cidade Nova Andradina e prisão preventiva em Nova Casa Verde. No distrito, conforme apurou o Jornal da Nova, foi preso o ex-comandante da Polícia Militar do GPM (Grupamento de Polícia Militar), José Roberto dos Santos, lotado no 8º Batalhão de Polícia Militar.

Na cidade de Bataguassu, foi preso o policial civil Élcio Alves Costa, lotado na Delegacia de Polícia Civil daquela cidade e o policial rodoviário federal Valdeci Thomazini, que se aposentou em dezembro passado.

Outros cinco policiais rodoviários federais presos, eram lotados na unidade operacional da PRF de Bataguassu, o último foi preso na tarde de sábado (22), em Campinas (SP), pois estava de folga e de viagem.

Segundo a Polícia Federal, os quatro líderes da quadrilha também foram presos no sábado. Entre eles está o chefão do bando, Ângelo Guimarães Ballerini, o Alemão, preso no Jatiúca Hotel Resort, em Maceió.

|Leia também

|Onze contrabandistas alvos de operação ainda não foram presos

|Sexto PRF envolvido em organização criminosa do cigarro é preso em Campinas

|BR-267: No corredor do contrabando, foram presos 8 policiais

|Chefes do consórcio de contrabando criaram aliança ''narcocigarreira''

|Chefões de quadrilha foram presos poucas horas antes de casamento em resort

|Operação conjunta da PRF e PF prendeu policiais em Casa Verde e Bataguassu

|Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Nova Andradina  

 Policial civil Élcio Alves Costa, lotado na Delegacia de Polícia Civil de Bataguassu e o policial rodoviário federal Valdeci Thomazini, que se aposentou em dezembro passado, também preso em Bataguassu – Foto: Redes Sociais

Ele se casaria no resort na tarde do mesmo dia em que foi preso. Também foram presos no hotel outros dois líderes da quadrilha, um deles irmão de Ângelo Ballerini, conhecido como Lupa. O quarto líder foi preso em seu pesqueiro, no município de Eldorado, região sul do Estado.

Dos 43 contrabandistas de cigarro alvos da primeira fase da operação Nepsis, deflagrada pela Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal), 11 ainda não foram localizados.

 

*A operação 

Os quatro líderes presos no sábado já tinham sido alvos da Operação Marco 334, em 2011. Na época, o grupo conseguiu escapar e fugir para o Paraguai, mas continuou atuando. Em julho deste ano, o crime foi prescrito e eles voltaram a dar as caras publicamente. O casamento de Alemão foi oportunidade única para prendê-los, segundo a PF.

Conforme a investigação, o esquema em mercadorias contrabandeadas causou prejuízo de R$ 1,5 bilhão para os cofres públicos. Estima-se que, no ano passado, segundo a PF, os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Líderes da organização empresarial intitulado pela polícia de “Consórcio de Contrabando” enriqueceram com alianças “narcocigarreiras” e em cima de dois pilares: a estrutura logística altamente sofisticada e a corrupção policial.

O delegado da Polícia Federal Felipe Vianna de Menezes, coordenador das investigações, apontou a quadrilha como uma das organizações mais complexas do país crime. “É uma investigação de dois anos e a PF conseguiu entrar na estrutura da organização”.

A estrutura logística se desenvolvia pela mobilização de gerentes. Essas pessoas eram responsáveis por determinados trechos das rotas e por recrutar batedores, “mateiros” e motoristas para passarem as cargas, tendo em vista, que o contrabandista escolhido só consegue passar por determinado local com a liberação do gerente.

“Esse liberação vai acontecendo de trecho em trecho até a saída do estado. Outro papel, além de coordenar a movimentação, é o do policial corrupto, que atua como ponte entre a organização e outros policiais. E esse policial, normalmente age com vista grossa, ou seja, deixa de fiscalizar”, disse o delegado.

Um dado interessante levantado na investigação é o poder de influência que os “gerentes” possuíam sobre diversos policiais. “Foram interceptadas ligações que os gerentes ordenavam aos policiais fizessem a “contra vigilância” e identificassem policiais honestos, ou seja, os recrutados deveriam chegar até os honestos e impedir a fiscalização das cargas”, afirmou Menezes.

O que se detectou, segundo o delegado, foi o aumento do nível de violência da organização e, inclusive a criação de alianças com facções criminosas e grandes narcotraficantes, chamadas de “narcocigarreiras”.

Menezes explica que a organização começou passando as próprias cargas, mas quando dominou a estrutura logística e aumentou os gastos com os “recrutados”, iniciou a passagem de carga de outros cigarreiros se tornando uma espécie de “consórcio de contrabando”. *Com Campo Grande News

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!