PF combate fraudes bancárias na internet que chegam a R$20 mi

Folha


A Polícia Federal informou que realiza na manhã desta quinta-feira duas operações de combate a fraudes bancárias na internet. Foram emitidos 38 mandados de prisão preventiva e 59 de busca e apreensão nos Estados do Rio Grande do Sul, Pará e Goiás.

"Estimamos que tenham sido desviados mais de R$ 20 milhões somente nos últimos dois anos por essas quadrilhas", afirma o delegado Carlos Eduardo Miguel Sobral, chefe do serviço de repressão a crimes cibernéticos da Polícia Federal. Ele diz que ainda é possível atingir "valores bastante superiores a partir da análise do material apreendido".

Segundo a PF, foram apreendidos dez veículos de luxo avaliados em cerca de R$ 2 milhões, como um carro Porsche, e também imóveis, somando mais R$ 1,8 milhão.

As investigações fazem parte do Projeto Tentáculos da PF, uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Ministério Público Federal. Para chegar às quadrilhas, é utilizado um software desenvolvido para investigar fraudes realizadas contra o banco.

Os investigados responderão pelos crimes de furto qualificado, estelionato, formação de quadrilha e interceptação telemática criminosa. Somadas, as penas podem ultrapassar 25 anos de reclusão.

ESQUEMAS

No Rio Grande do Sul, a operação chamada de Dedicado desarticulou uma quadrilha que atuava há mais de dez anos com programadores de alto nível, segundo a PF. As investigações tiveram início em abril do ano passado.

"Eles alugavam servidores de mais de 1 terabyte para outros criminosos e cobravam pelo serviço. As fraudes consistiam em invasão de contas da Caixa Econômica Federal e outros bancos para subtrair valores, por meio de transferências a 'laranjas', pagamento de boletos bancários e tributos (especialmente IPVA) e compras de mercadorias (como materiais de construção)", diz em nota.

De acordo com a PF, empresas de fachada à serviço do grupo eram usadas para emitir boletos sem a devida contrapartida em relação à prestação de serviços ou venda de produtos para que fossem quitados usando valores desviados das contas invadidas.

Já no Pará, a Operação Online investiga há seis meses uma quadrilha especializada em fraudar contas de empresas privadas e que pagava boletos com valores em torno de R$ 15 mil, além de "lavar dinheiro" com empresas de venda de cimento em Marabá (PA).

"Foram identificados programadores, usuários dos vírus e programas maliciosos, 'plaqueiros' ou 'cartãozeiros' [responsáveis por arregimentar contas bancárias para onde o dinheiro obtido com a fraude é enviado], bem como envolvimento criminoso de um policial militar com os ilícitos.

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