Polícia Civil de Naviraí deflagra 6ª fase da operação ''Osíris''

Foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva contra integrantes do PCC

Da Redação


A Polícia Civil de Naviraí deflagrou na manhã desta segunda-feira (20), a 6ª fase da operação “Osíris”, para cumprimento de 10 mandados de prisão preventiva expedidos contra integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), líderes da região do Conesul do Estado de Mato Grosso do Sul.

Leia também

|PC prende suspeito de integrar facção criminosa e participar de decapitação em Naviraí

|SIG esclarece homicídio realizado em ''Tribunal do Crime'' em Naviraí

|Homem torturado por 9 pessoas foi ''julgado'' após suposto estupro

|Em Naviraí, homem é resgatado de julgamento do ''Tribunal do Crime'' em residência

|SIG de Naviraí prende membros de organização criminosa

 

Segundo a polícia, no dia 16 de março deste ano, por volta das 10h30, um cadáver de pessoa do sexo masculino, foi localizado em um terreno baldio situado à avenida Caarapó, Parque Industrial I, em Naviraí. A vítima foi identificada como sendo Douglas Gonçalves Rubitalti. 

 

O SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Naviraí colheu elementos que indicavam que o crime teria sido praticado por integrantes da facção criminosa conhecida por PCC, sugerindo que a vítima foi submetida ao conhecido “Tribunal do Crime”, cujos desafetos da organização criminosa tem sua liberdade restringida, são julgados pelos líderes da facção e então punidos, no caso com a morte.

Os investigadores conseguiram identificar todos os integrantes da célula responsável pelo crime.

 

Durante a operação deflagrada nesta segunda-feira (20), três líderes do PCC na região Conesul do Estado e que teriam sido os mandantes foram presos, sendo que dois deles se encontravam reclusos em Penitenciárias do Estado à época do crime, o que não lhes impedia de dar ordens para matar. O líder que estava em liberdade foi preso numa ação que ocorreu em Nova Alvorada do Sul e contou com a participação do SIG Naviraí e policiais civis daquele município.

 

Outras sete pessoas foram identificadas como participantes da execução.

 

Duas delas estavam em liberdade e foram presas em Naviraí na ação de hoje da polícia, que contou com a participação da Força Tática da Polícia Militar de Naviraí e policiais civis da Delegacia de Polícia de Mundo Novo.

Trio preso durante a ação policial desta segunda-feira (20) - Foto: PC-MS/Divulgação

Outras cinco pessoas já se encontravam presos por outros crimes que foram apurados nas fases anteriores da operação “Osíris” e também tiveram a preventiva decretada pela morte de Douglas.

 

Os policiais Civis do SIG Naviraí também conseguiram identificar o veículo que teria sido utilizado para ocultar o cadáver de Douglas. No automóvel, peritos criminais de Naviraí encontraram vários vestígios de sangue.

 

A operação deflagrada como “Osíris” é uma referência da mitologia egípcia que é o Deus do julgamento e relaciona-se com a vida a essa divindade que foi atribuído o trabalho de julgar os mortos. Sendo semelhante como a facção age, julgando seus rivais e condenando-os à morte.

 

As investigações acerca do “Tribunal do Crime” sugerem que as vítimas são sequestradas a mando do Primeiro Comando da Capital. Em seguida, torturadas para confessar fato ou obter informação que interesse à organização saber. Tal procedimento, é chamado de “condução”. Após o “julgamento”, apenas com ordem da facção, a vítima é morta se nesse sentido for decidido.

Operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (20) - Foto: PC-MS/Divulgação

Ainda sobre a morte de Douglas, o homicídio teria ocorrido entre os dias 15 e 16 de março de 2018, durante o período noturno, num terreno baldio situado no Loteamento Porto Belo.

 

O motivo do crime seria rixa entre facções criminosas. Douglas pertenceria a uma facção rival e teria tentado se infiltrar no PCC, o que teria sido descoberto pelos integrantes. Após ser julgado pelo “Tribunal do Crime”, num procedimento em que foi amarrado e torturado, Douglas foi morto asfixiado. O corpo em seguida foi levado para um local ermo onde foi encontrado no dia seguinte.

 

Os presos responderam pelos crimes de organização criminosa, tortura majorada pelo sequestro, homicídio qualificado por asfixia, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima e ocultação de cadáver. Se condenados, a pena máxima aplicada aos podem ultrapassar os cinquenta anos de prisão.

 

As investigações do SIG de Naviraí prosseguem visando apurar se outros homicídios na cidade também teriam sido praticados nesse contexto de “Tribunal do Crime”.

Momento em que um dos suspeitos é preso - Foto: PC-MS/Divulgação

Presos

- Edmar Lima de Oliveira, vulgo Azucrim;

- Henrique de Souza, vulgo Curumim e Curimba;

- Marcos Jhony Reis dos Santos, vulgo BJ;

- Renan Leite Custodio, vulgo Lucífer;

- Jose Aparecido Maxuel, vulgo Rato;

- Adrian Santos Ribeiro, vulgo das Lágrima;

- Josimar Alves Ribeiro, vulgo Japinha ou 157;

- Alexsandro Emiliano da Silva, vulgo Das Trevas;

- Matheus Maciel Fialho, vulgo Soberano e Sistemático;

- Vagner dos Santos, vulgo Xeque Mate e Lealdade.

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!