Integrantes de milícia, Name, filho e mais dois são transferidos para presídio

Presos na Operação Omertà estavam no Centro de Triagem

Correio do Estado


Duas semanas após deflagração da Operação Omertà, que aconteceu na manhã do dia 27 de setembro, Jamil Name, Jamil Name Filho, o policial civil Márcio Cavalcante da Silva e o policial aposentado Vladenilson Daniel Olmedo foram transferidos na tarde deste sábado (12) do Centro de Triagem (CT), onde estão desde a prisão, para o Presídio Federal de Campo Grande, por decisão da Justiça Federal. 

Conforme informações apuradas pelo “Correio do Estado”, Name ficará em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) dentro do presídio, onde já está Marcelo Rios, Guarda Municipal preso em maio, com arsenal de armas usados nos homicídios da milícia. A decisão da cela individual - RDD - é válida por seis meses.

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Name e o filho são apontados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garras) como chefes da milícia armada que cometeu homicídios em Campo Grande.

Os assassinatos de pelo menos três pessoas estão relacionados com o grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril deste ano.

O Gaeco denunciou, esta semana, o advogado Alexandre Gonçalves Franzoloso, Jamil e Name Filho, mais seis pessoas por participação no grupo de extermínio e, ainda, de tentar obstruir as investigações. O advogado, contratado pela família Name, tentou atrapalhar as investigações impedindo Marcelo Rios de fazer uma delação premiada, na época em que foi preso. Marcelo, que está no Presídio Federal da Capital, tem transferência autorizada para o presídio de Mossoró (RN), mas continua em Campo Grande por conta de uma audiência marcada para dezembro. 

Já Márcio e Vladenilson, o Vlad, teriam coagido a mulher de Rios, Eliane Benitez, para que ela não fornesse informações sobre o grupo de extermínio à polícia. Também fazem parte da denúncia do Gaeco, Flávio Narciso, Rafael Antunes Vieira, Robert Kopetski e Rafael Carmo Peixoto. 

Os envolvidos procuravam e vigiavam a mulher sob a desculpa que estariam protegendo ela e o marido. Em uma das ocasiões, Flávio foi até a casa da mulher, por volta de 23h, e disse que seria responsável por ela e que quando quisesse sair teria que contatá-lo para que ele a acompanhasse, a mando de Jamil Filho. No dia 21 de maio, ambos - Flávio e Eliane - foram até o fórum para que ela falasse com Marcelo Rios antes da audiência de custódia, que acabou não acontecendo. 

Depois, os dois foram a um banco, onde Eliane recebeu uma ligação de sua mãe, falando que estava ao lado de um homem que a estava procurando. Neste instante, a mulher de Rios percebeu que seus passos estavam sendo monitorados pela organização criminosa.

Ao atender a ligação, Rafael Antunes perguntou à Eliane porque ela estava naquele local, tendo, em seguida, ordenado a permanência dela até a sua chegada. Momentos depois chegaram Rafael e Vladenilson, que repassaram a quantia de R$ 500 para Eliane, além de reforçarem que ela não estava desamparada, uma vez que Jamil Filho lhe daria todo o apoio que fosse necessário e que ela estaria “debaixo das asas dele”.

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