Após reivindicações, Governo vai rever tamanhos estabelecidos para peixes

Pescadores foram buscar apoio dos deputados contra o decreto estadual

Da Redação


Foco de resistência entre os pescadores de Mato Grosso do Sul, os tamanhos estabelecidos para os exemplares de pescado no Decreto Estadual 15.166/2019 poderão ser revistos pelo Governo do Estado, após reivindicações da comunidade pesqueira. Um estudo técnico será realizado para que ver a necessidade da revisão e em 15 dias deve haver uma resposta definitiva. 

Nessa terça-feira (12), pescadores de Fátima do Sul, Naviraí, Coxim, Miranda, Anastácio, Corumbá, Nova Andradina, Angélica, Deodápolis, Taquarussu, Ivinhema, Glória de Dourados, Vicentina, Itaporã, Culturama e Anhanduí estiveram na Assembleia Legislativa, para pedir apoio dos parlamentares na interlocução com o governo estadual. 

Maria Antonieta Poliano, presidente da Colônia dos Pescadores Artesanais comentou com o “Correio do Estado” sobre a questão da cadeia produtiva. “Não sei onde ele [Cota Zero] preserva a cadeia, está tirando as matrizes do Rio e deixando os velhos, matando os pescadores de fome e deixando os rios do estado para Argentina”, disse. 

Como publicado pelo “Correio do Estado”, no dia 2 deste mês, o secretário-adjunto de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Estado (Semagro), Ricardo Senna, apontou como um ponto de resistência dos pescadores a questão da tamanho máximo para a captura dos peixes. Condição essa que, segundo o secretário, foi sugerida pelos próprios profissionais durante os debates. “Mas nesse caso, os especialistas dizem que as espécies acima de determinados tamanho carregam um patrimônio genético porque já estão lá a 15; 20 anos. E isso ajuda a melhorar a espécie”, explicou.  

Na ocasião, Senna avaliou estes primeiros meses de decreto como positivos, apesar dos protestos contra, no começo do ano. “Nós, como em todo lugar onde foi implantado a cota zero, como Tocantins e Amazonas como todo lugar visando a preservação ambiental houve essa polêmica; uma série de protesto. Mas ao longo do tempo na medida que vai esclarecendo, as pessoas começaram a aderir e hoje há mais pontos positivos do que negativos”, disse. 

 Pescadores lotaram o Plenário Júlio Maia - Foto: Luciana Nassar

Segundo decreto, publicado em 21 de fevereiro de 2019, vinte e uma espécies diversas, entre elas, jaú, pintado, pacu, corvina e piau, foram listadas com tamanhos mínimos e máximos para captura tanto por pescadores amadores quanto por profissionais (veja tabela). Durante o período de defeso, é proibido qualquer tipo de pesca, mas esses parâmetros já estão valendo para pescadores amadores e desportivos e também profissionais. Para as espécies exóticas – apaiari, bagre-africano, black-bass, carpa, corvina, peixe-rei, sardinha-de-água-doce, tilápias, tucunaré e zoiúdo – valem as mesmas regras. 

A cota zero para a pesca amadora tem o objetivo de recuperar os estoques pesqueiros. A proibição vale para o transporte do pescado. Após o fim do defeso, em 28 de fevereiro de 2020, o pescador poderá fazer a prática do “pesque e solte” e até consumir o pescado na beira do rio. Mas se quiser levar um peixe para casa, deverá adquirir um peixe no comércio varejista e levar a nota fiscal e a guia de controle.

Porém, o Ministério Público Federal (MPF) em Corumbá recomendou ao Governo do Estado que suspenda temporariamente os efeitos do decreto até que se elabore um novo texto. Por sua vez, o governo decidiu não atender a recomendação, mas pode rever a parte referente ao tamanhos dos exemplares. Com Correio do Estado

Pescadores lotaram o Plenário Júlio Maia - Foto: Luciana Nassar

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