MPE denuncia ação de grupo durante ''tribunal do crime'' em Casa Verde

Usuária de drogas foi morta a golpes de faca em dezembro de 2019

Da Redação


O MPE (Ministério Público Estadual) de Nova Andradina denunciou, cinco pessoas acusadas de matar Márcia Aparecida Vanderlei, de 33 anos, que era usuária de drogas, morta no dia 14 de dezembro passado, às margens de uma estrada vicinal que fica a um quilômetro da rodovia MS-134, que liga Nova Andradina e Nova Casa Verde, distrito a 56 quilômetros do perímetro urbano.

O Jornal da Nova apurou que foram denunciados, Daiane Aparecida dos Santos Alfonso, de 24 anos, vulgo "Terrorista", atualmente recolhida no Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante; Luiza Lucas da Silva, de 22 anos, atualmente recolhida na Delegacia de Polícia em Batayporã, por força de mandado de prisão preventiva; Leocir Maraschin, de 30 anos, vulgo "Léo do PCC", atualmente recolhido no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande; Wendel Rodrigo Gomes Silva, de 23 anos, vulgo "Arcanjo", atualmente recolhido no EPMNA (Estabelecimento Penal Masculino de Nova Andradina) e Paulo Renato Gomes, de 27 anos, vulgo "Mensageiro", atualmente foragido.

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Conforme os autos de inquérito policial, no dia 14 de dezembro de 2019, na Linha da Esperança, localizada no distrito de Nova Casa Verde, o denunciado Paulo Renato Gomes sob a autorização e comando de Leocir Maraschin e contando com as participações dos denunciados Daiane Aparecida dos Santos Alfonso, Luiza Lucas da Silva e Wendel Rodrigo Gomes Silva, agindo dolosamente e em concurso de pessoas, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, na posse de uma arma branca (faca), desferiram golpes contra a vítima Márcia Aparecida Vanderlei, situação suficiente a lhe causar a morte, conforme boletim de ocorrência, certidão de óbito e exame de local de crime.

Dias antes dos fatos, a vítima teria se desentendido com as denunciadas Daiane e Luiza em razão da uma audiência na qual Márcia também figurava como vítima e o denunciado Leocir, marido de Luiza, como autor.

Segundo a denúncia, a vítima, por ser usuária de drogas com dívidas em diversas "bocas de fumo" e integrante de grupo criminoso rival, seu comportamento não vinha agradando a facção criminosa denominada PCC (Primeiro Comando da Capital). Aliás, há nos autos informação de que Márcia, em situação anterior, já teria sido mantida em cárcere privado pela mesma facção criminosa que, desde antes, já tinha a intenção de eliminá-la.

Em razão disso, as denunciadas, com a autorização da aludida facção criminosa, da qual faziam parte e com a autorização do denunciado Leocir, também faccionado e à época recolhido no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, decidiram matar Márcia.

Faca foi jogada no lado conhecido como

Assim, Daiane entrou em contato com outros dois integrantes da facção, à época na posição de "disciplinas" de Casa Verde, os denunciados Paulo Renato e Wendel, para que no dia 14 de dezembro de 2019 acontecesse o crime.

Ainda segundo a denúncia do Ministério Público, no dia dos fatos, os denunciados Daiane, Luiza, Paulo Renato e Wendel, utilizando-se de um veículo VW/Voyage, pertencente à Daiane, saíram pelas ruas do distrito no intuito de encontrar a vítima, sequestrá-la e leva-la até ao local conhecido como "Prainha do Arroz", localizado no Assentamento Teijin.

Após encontrá-la, Daiane desceu do veículo e a empurrou, enquanto Paulo Renato e Wendel a seguraram com força e a colocaram dentro do carro, tapando sua boca para que não gritasse. Paulo chegou a dar uma “gravata” em seu pescoço, o que causou desmaio.

Na “Prainha do Arroz”, os denunciados arrastaram Márcia ainda desmaiada até um matagal, ocasião em que Paulo Renato, utilizando-se de uma faca de caça com lâmina de 20 centímetros, desferiu golpes em seu pescoço, praticamente degolando-a e causando-lhe a morte por esgorjamento. Em seguida, jogou a faca no lago.

Daiane e Luiza admitiram a prática criminosa, bem como relataram toda a dinâmica criminosa, durante oitiva perante autoridade policial. Wendel Rodrigo permaneceu em silêncio e Paulo Ricardo não foi encontrado após a empreitada criminosa.

Fachada do Ministério Público de Nova Andradina - Foto: Arquivo/Jornal da Nova

Na denúncia, o MPE salienta que o crime foi praticado por motivo torpe, por vingança em razão do comportamento da vítima, seu envolvimento com facção criminosa rival e pelo fato de Márcia ser vítima em uma ação penal cujo autor é o denunciado Leocir, o que desagradou a facção criminosa.

O delito também foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da ofendida, tendo em vista que Márcia foi raptada pelos seus algozes, amarrada e morta enquanto estava desmaiada, sem chance de esboçar reação efetiva.

Por fim, o MPE diz que Daiane, Luzia e Wendel, não são neófitos no mundo do crime, eles estão sendo processados pela prática do crime tráfico de drogas, bem como Leocir, que está cumprindo pena em regime fechado em razão de diversas condenações criminais.

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