Delegados, empresários e advogados são alvos contra corrupção na própria PF

Força-tarefa investiga esquema de pagamento de propina para policiais em troca de proteção nas investigações realizadas em um núcleo da Polícia Federal


A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) iniciaram nesta quinta-feira a Operação Tergiversação 2, contra uma suspeita de corrupção dentro da própria PF.

A 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu dois mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão um delegado da PF e outro da Polícia Civil.

Os procurados não tinham sido identificados até a última atualização desta reportagem.

Blindagem mediante propina

A primeira etapa, em junho do ano passado, prendeu um delegado da ativa da PF, um escrivão da PF e um advogado.

A força-tarefa afirmou à época que o esquema excluía, mediante propina, os nomes de empresários e de suas companhias das investigações em curso em um núcleo da Polícia Federal. Seis pessoas foram denunciadas pelo MPF pelos crimes de corrupção ativa e passiva.

A segunda fase da Tergiversação mira outros empresários suspeitos de pagar propina para policiais em troca da proteção. Advogados apontados como intermediários das cobranças de vantagens indevidas também são alvos da força-tarefa.

Os suspeitos são investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e obstrução à justiça.

Equipes estiveram em um prédio em Copacabana e no Via Parque Shopping, na Barra da Tijuca — de onde saíram com documentos.

A Operação Tergiversação 1

No dia 11 de junho de 2019, a PF e o MPF prenderam o delegado de Polícia Federal Lorenzo Pompílio da Hora, o escrivão Éverton da Costa Ribeiro e um advogado.

A PF afirma que os servidores contavam com a atuação de operadores, que usavam seus contatos para se aproximar dos investigados e pedir os pagamentos de vantagens indevidas, além de viabilizar o recebimento de propina e as operações de lavagem de dinheiro.

Pagamentos entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão eram feitos, na maior parte das vezes, em dinheiro. Outros valores foram repassados por meio de transferências a empresas ligadas aos operadores.

Durante as investigações, a polícia determinou as quebras de sigilo bancário, fiscal, telemático e telefônico dos investigados.

Além disso, a apuração identificou, após acordo de colaboração premiada celebrado com alguns dos empresários abordados pelo grupo, a prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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