O SIEMS (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do MS) denúncia atitude antissindical do Hospital Regional Francisco Dantas Maniçoba, em Nova Andradina, que em pleno período de negociação salarial demitiu a Técnica em Enfermagem, Glaucia Menino Lourenço.

O presidente do SIEMS, Enfermeiro Lázaro Santana, explica que este é o momento das negociações salariais e Glaucia foi uma das profissionais mais atuantes no movimento. “Os trabalhadores se reuniram, nossa reunião foi pacífica, com muito diálogo e respeito. No entanto, no fim do dia, sem motivos, o Hospital demitiu – por justa causa - a profissional que tem 9 anos de carreira, sem apontar qualquer explicação”, critica.

Conduta Antissindical

A Convenção 98 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ratificada pelo Brasil, dispõe sobre as condutas antissindicais. Em seus artigos 1º e 2º, destaca que os trabalhadores deverão gozar de proteção adequada contra quaisquer atos atentatórios à liberdade sindical em matéria de emprego, particularmente a atos destinados à: “Dispensar um trabalhador ou prejudicá-lo, por qualquer modo, em virtude de sua filiação a um sindicato ou de sua participação em atividades sindicais, fora das horas de trabalho ou com consentimento do empregador, durante as mesmas horas”.

O Departamento jurídico do SIEMS ressalta que tomará todas as medidas cabíveis. “Essa atitude de demitir a profissional em momento que está participando de mobilização trabalhista é característica da prática antissindical. Por isso, estamos apurando e já solicitando o respaldo do Procuradoria Regional do Trabalho da 24º Região. Mediante comprovação, tomaremos todas as providências para rechaçar veementemente esta prática tomada pela Hospital e impedir que venha cometer este tipo de conduta novamente”, enfatiza a advogada do SIEMS, Dra. Olívia Brandão.

Denúncias

Além da demissão, o sindicato recebeu três denúncias anônimas, as quais serão minuciosamente apuradas, que apontaram que a demissão ocorreu por intermédio da Prefeitura Municipal de Nova Andradina.

“Já estamos trabalhando, tudo será apurado e agiremos rigorosamente”, destaca Lázaro Santana, que complementa: “Já vivenciamos momentos difíceis com a crise sanitária e econômica advindas da pandemia. Os trabalhadores são os maiores prejudicados, e além de tudo isso, nos deparamos com essa situação. Não admitiremos condutas antissindicais, essas práticas devem ser banidas”.

Outro lado

"Isso não é de agora, não tem nada a ver com questão trabalhista e sim processos antigos, ela tinha três processos administrativos do ano passado, chegou a tomar suspensão de 10 e 15 dias e agora não tinha como dar outra suspensão, a não ser a demissão. Ela tem advogado e foi dado ampla defesa, tudo foi acompanhado pelo Ministério Público Estadual", disse o diretor do Hospital Regional, Norberto Fabri. 

Quanto ao Sindicato, já foi negociado e já assinou até o termo coletivo.