DIG busca mais quatro suspeitos por assalto

Após prender cinco, DIG busca mais 4 suspeitos por assalto à Samsung

Da Redação


A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) divulgou, na tarde desta terça-feira (16), fotos de mais quatro suspeitos de envolvimento no mega-assalto à fábrica da Samsung, em Campinas (SP), que continuam foragidos. Outras cinco pessoas já foram presas, uma delas em agosto, por suspeita de integrarem a quadrilha que, segundo a DIG, é investigada por outros roubos há aproximadamente dois anos.


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De acordo com a DIG, os suspeitos foragidos são Willian Alves Moscardini, Vanderlei Espírito Santo Leopoldo, Erivaldo Alves de Souza e João Ribeiro da Silva Júnior. A polícia chegou a procurá-los nesta terça-feira, mas eles não foram encontrados nos endereços onde havia autorização judicial para as buscas.

Polícia divulga foto de 4 suspeitos de envolvimento no roubo a Samsung - Foto: DIG Campinas

No total, a operação nesta terça-feira (16) cumpriu 17 mandados nas cidades de Taboão da Serra, Osasco, São Paulo, São Roque, Cotia, Indaiatuba, Campinas, Hortolândia e Nova Odessa. Além de autorizações judiciais para prisão dos suspeitos, havia outras para a apreensão de produtos.

Segundo o delegado Carlos Henrique Fernandes, titular da DIG, os nove suspeitos foram identificados por meio de imagens da loja e relatos de testemunhas. Todos serão ouvidos até o fim desta semana e indiciados por receptação e roubo qualificado, segundo o delegado. O policial confirmou, ainda, que os nove têm passagens pela polícia. "Alguns por roubo e outros por roubo e receptação", disse.

Com base nos depoimentos das vítimas, a investigação aponta que entre 10 e 12 pessoas participaram da ação na fábrica. Além dos nove identificados, a polícia não conseguiu reunir informações precisas para apontar quem são os outros. "Alguns estão encapuzados e trocam de roupa durante a ação, portanto não conseguimos definir quantos são", explicou o delegado.

Carga recuperada
Entre os quatro detidos na operação desta terça está um que foi apontado pelos policiais da DIG como o negociador dos produtos roubados para lojas do Paraguai. O chefe de investigações da delegacia, Marcelo Hayashi, acredita que todos os produtos foram levados para o país vizinho.

"Grande parte foi recuperada e está sob jurisdição no Paraguai, assim como os recebedores, que serão julgados no país", explicou o investigador. Segundo ele, cerca de dois mil celulares foram encontrados em três lojas de varejo de Ciudad del Leste.

O caso
A fábrica da Samsung foi assaltada na madrugada do dia 7 de julho, no Parque Imperador, às margens da Rodovia Dom Pedro I (SP-065). Funcionários e vigilantes foram rendidos, e sete caminhões usados para levar cerca de 40 mil peças, entre tablets, celulares e notebooks. A carga é avaliada em R$ 80 milhões, de acordo com os policiais responsáveis pela investigação. Já a empresa informou que valor seria de R$ 14 milhões. Ninguém ficou ferido.

De acordo com a polícia, a quadrilha chegou à empresa poucos minutos depois da meia-noite. Durante a ação, funcionários do setor de distribuição da empresa ficaram em poder do bando. O grupo deixou o local por volta das 3h.

Segundo a polícia, funcionários da empresa que estavam em uma van foram rendidos em uma estrada. Eles foram levados para um local, ainda desconhecido, e os criminosos usaram crachás de identificação dos trabalhadores. Uma das vítimas ficou em poder do bando.

Ao entrar na Samsung, a quadrilha rendeu inicialmente os seguranças do setor de distribuição e, em seguida, os vigilantes da portaria. "Retiraram os armamentos deles e as munições e os deixaram trabalhando normalmente, nos mesmos postos como se nada tivesse acontecido", explicou naquele dia, o tenente da Polícia Militar Vitor Chaves.

Um funcionário que preferiu não ser identificado disse que a quadrilha pediu para todos tirarem a bateria dos celulares, com a intenção de evitar uma eventual ligação para a polícia.

Operação inédita
Foi um consumidor brasileiro que ajudou, quase sem querer, os investigadores a chegarem à carga. O homem comprou o celular em uma loja no Paraguai e, após enfrentar problemas para habilitar o aparelho no Brasil, ele procurou a assistência técnica que constatou que o smartphone era produto de roubo. A polícia foi avisada e, após sete dias de trabalho do setor de inteligência da DIG, a equipe chegou a um dos destinos da carga, em Ciudad Del Este.

Um grupo da Polícia Civil de Campinas atravessou a fronteira e cumpriu três mandados de busca e apreensão no mês de agosto. Com juiz e promotores paraguaios, os policiais dos dois países entraram em três lojas, uma delas a mesma onde a reportagem comprou o smartphone dias antes. No local, foram apreendidos pelo menos 15 celulares e vários relógios roubados em Campinas foram identificados. O dono foi detido.

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