Em Ivinhema, trio vai a julgamento e é condenado a 39 anos de reclusão por homicídio

Mandante do crime era esposa de empresário e planejou, junto com o irmão, matar o marido por ciúmes

Da Redação


Na última quarta-feira (27), Johnny Alves da Silva, de 24 anos, e os irmãos Ketylle Kammyle, registrado civilmente como Geovane Vioto Fialho, de 27 anos e Kelly Francine Vioto Fialho, de 30 anos, foram condenados pelo assassinato de Jonathan Marcelo Fernandes, de 28 anos, a penas de reclusão que, somadas, chegam a 39 anos. O julgamento aconteceu na Sessão Plenária do Júri do Fórum da Comarca de Ivinhema.

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O MPE (Ministério Público Estadual) foi representado pelo Promotor de Justiça Daniel do Nascimento Britto que pugnou pela condenação dos réus nos termos da decisão de pronúncia, vindicando em benefício do executor Johnny Alves da Silva o reconhecimento da causa de diminuição de pena, consistente na delação premiada. Isso porque, no entender da acusação, ele teria contribuído de forma efetiva para o esclarecimento dos fatos e identificação dos demais envolvidos.

Segundo a denúncia oferecida pelo MPE, Kelly Francine, até então convivente da vítima, estaria com ciúmes do companheiro, uma vez que este estaria se relacionando com outra mulher. Também foi constatado que a ré tinha receio de a vítima afastá-la da empresa onde trabalhavam, e, por conseguinte, prejudicá-la financeiramente.

Vítima Jonathan Marcelo Fernandes, de 28 anos - Foto: Arquivo/Redes sociais

Diante da situação, a ré, juntamente com seu irmão Geovane Vioto, decidiu contratar alguém para ceifar a vida de Jonathan Marcelo Fernandes, de modo que pagariam ao executor, a título de recompensa, a importância de R$ 30 mil. Nesse passo, os irmãos procuraram por Edilson Salvalaggio dos Santos, o “Pikachu”, questionando-o a respeito de conhecer alguém que pudesse executar o homicídio. Ele então procurou por Leandro Bazan Cruz Argilero que, certo tempo depois, informou que combinou a execução do crime com o réu Johnny Alves da Silva.

Crime

No dia 5 de julho de 2018, próximo do horário da execução, Geovane Vioto entrou em contato com Edilson Salvalaggio dos Santos e informou que a vítima havia saído de uma reunião da qual participava e estava a caminho de sua empresa. Johnny Alves da Silva recebeu essas informações e, utilizando-se de uma motocicleta Honda/CG/150, fornecida por “Pikachu”, e de posse de um revólver calibre 38, fornecido pelos irmãos, deslocou-se sozinho até a empresa da vítima.

Chegando ao local, Johnny Alves da Silva surpreendeu a vítima e, sem qualquer oportunidade de defesa, efetuou pelo menos três disparos. Em seguida, saiu da cena do crime em alta velocidade. Dos disparos, dois atingiram Jonathan Marcelo, que morreu logo após dar entrada no hospital municipal.

Ainda de acordo com a denúncia, a esposa já havia propositalmente providenciado o desligamento das câmeras de segurança existentes no local dos fatos e dispensado mais cedo os funcionários da empresa, tudo isso para acobertar a prática do crime e dificultar sua elucidação.

Alguns dias após a morte da vítima, os valores acordados passaram a ser entregues de forma parcelada por Geovane ao intermediário “Pikachu”, o qual, ao retirar sua parte, repassava o remanescente para Leandro Bazan que, por sua vez, também ao retirar sua parte, entregava o que sobrava ao executor do crime.

Operação Latrodectus

Em março de 2019, a mulher, o irmão e outros três envolvidos no crime foram alvos da “Operação Latrodectus”, da Polícia Civil, deflagrada justamente para prender os envolvidos na morte do empresário, atingido por três tiros em frente à sua serralheria, no dia 5 de julho de 2018.

A Sessão Plenária do Júri durou 13h30 e os jurados refutaram todas as teses defensivas, acatando, por conseguinte, a versão apresentada pelo Ministério Público Estadual. Assim, atendendo a soberana decisão do Conselho de Sentença, o Juiz de Direito Rodrigo Barbosa Sanches fixou a pena definitiva dos mandantes, os irmão Kelly e Geovane em 14 e 15 anos de reclusão, respectivamente, enquanto o executor Johnny Alves da Silva teve a pena definitiva fixada em 10 anos de reclusão.

O julgamento dos intermediários Edilson Salvalaggio dos Santos e Leandro Bazan ainda não tem data marcada. Com informações do MPE-MS

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