Antes mesmo da chegada do verão, período em que as doenças provocadas pelo Aedes aegypti atingem seu ápice, o Mato Grosso Sul já apresenta índices preocupantes. Segundo dados atualizados nesta quinta-feira (11), já foram notificados 11.201 casos no Estado e 13 mortes confirmadas. A incidência é de 399,6 para cada 100 mil habitantes, a quinta maior no país.

A situação é considerada alta, o que se repete em 25 municípios. O maior número de casos confirmados foi registrado em Três Lagoas (1.788), seguido por Corumbá (1.576). Nova Andradina registra (75) casos com incidência média de 135,8.

Das 13 mortes registradas, duas foram no Vale do Ivinhema. Na cidade de Ivinhema, uma mulher, de 33 anos, teve início dos sintomas dia 10 de abril deste ano e veio a óbito dia 13 de abril. Já em Anaurilândia, um idoso, de 84 anos, teve início dos sintomas dia 7 de abril e faleceu dia 20 de abril.

Vale lembrar que, por causa da pandemia da Covid-19, todos os estados apresentam subnotificação para as arboviroses devido a uma baixa procura pelos hospitais. Mesmo assim, o Centro-Oeste é a região que apresenta a maior taxa de incidência de dengue no país este ano. Com o início da temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após aproximadamente 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco.

Campanhas de conscientização e aspersão de veneno são os caminhos básicos, mas sem resultados permanentes a curto prazo. Pesquisas com material genético e estudo do ambiente são algumas alternativas. A biotecnologia já tem respostas assertivas, comprovadas e sem agredir o ambiente ou expor a comunidade a riscos.

O Projeto Controle Natural de Vetores, desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com o trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, se mostrou eficiente. Em Ortigueira (PR), numa parceria com a empresa Klabin e o município, a ação já comprovou seus melhores resultados no Paraná. Implantado em novembro de 2020, em seis meses, a redução foi de 92% da população local de mosquitos. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 4, quase 97%. Não foram registradas mortes.

Secretaria Estadual de Saúde

A Secretaria de Estado de Saúde por meio da Coordenação Estadual de Controle de Vetores (CECV) iniciou a entrega de materiais educativos para reforçar a Semana do ‘Dia D’ que acontece entre os dias 16 a 20 de novembro e integra a Campanha de Enfrentamento à Dengue, Zika e Chikungunya em Mato Grosso do Sul.

Segundo o coordenador estadual de Controle de Vetores da SES, Mauro Lucio Rosa, a secretaria vai disponibilizar os materiais para os 79 municípios do Estado. “Nós temos 600 mil folders, 50 mil cartazes, 10 mil banners, além de faixas, que vamos distribuir a todos os municípios. Nós, também criamos uma nota técnica instruindo os municípios sobre a realização do Dia D. Essa distribuição, nós iniciamos desde o dia 8 de novembro junto aos municípios”.

Mauro ainda destaca que os materiais educativos são de extrema importância para a realização da Campanha de Enfrentamento a Dengue, Zika e Chikungunya. “São importantes porque ajudam na sensibilização e conscientização da população, servem de alerta para mostrar quais são os perigos que essas doenças podem causar. Esperamos que com a entrega destes materiais, os municípios possam nos ajudar a desenvolver um trabalho em conjunto, levando a mensagem de prevenção e alerta para toda a população”.

Para este ano, a Campanha de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika está com diversas ações programadas de conscientização como: webnários, visitas técnicas a municípios, lançamento da 3ª etapa do sistema e-Visitas, além da realização do “DIA D” de combate às Arboviroses. Outras informações podem ser conferidas no site da campanha ‘Guerra Mosquito’.