PF deflagra duas operações contra grupo liderado por ex-major da PM de MS

Policiais federais deflagram duas operações para desarticular organização criminosa voltada para tráfico internacional de drogas via modal aéreo

Da Redação


A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (6), as operações “Catrapo” e “The Fallen”, para desarticular organização criminosa responsável por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando. O grupo tinha como líder o ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, preso no último mês, em ação de cooperação policial internacional.

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Operação Catrapo

A Operação Catrapo cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão temporária – expedidos pela 5ª Seção Judiciária do Mato Grosso – nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Paraná, Rondônia e Tocantins.

Durante as investigações, foi identificado que a organização criminosa se utilizava de aviões para transportar a cocaína adquirida no Peru e na Bolívia para a Europa, utilizando o estado do Mato Grosso como entreposto. A Polícia Federal interceptou duas toneladas de cocaína e identificou R$ 40 milhões em patrimônio durante a apuração.

Aviões que seriam utilizados para o transporte de cocaína para outros países - Foto: Polícia Federal/Divulgação

Operação The Fallen

Já a Operação The Fallen cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Federal em Pernambuco, nos estados de Pernambuco, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia.

As investigações tiveram início em 2020, após a importação suspeita de peças de aeronaves portuguesas por uma empresa de Recife (PE), que as introduziu no Brasil pelo porto de Itajaí (SC). Após apurações conjuntas entre a PF, a Receita Federal e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), foi constatado um esquema de contrabando de peças de aeronaves para o país para a utilização por narcotraficantes em atuação na fronteira.

Apura-se, ainda, a estratégia de lavagem de dinheiro montada pelo grupo criminoso, que se utilizava de empresas de fachada para movimentar valores no território nacional. Além disso, eram usadas empresas com sede no exterior para viabilizar a compra de aeronaves fora do Brasil, as quais serviam à organização criminosa investigada e também eram cedidas para outros grupos criminosos.

Líder da organização

Sérgio Roberto de Carvalho, o ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul que foi preso na Hungria no dia 21 de junho, sob acusação de tráfico de drogas, seria o líder das investigações, segundo a PF.

A Polícia Federal confirmou a recente prisão dele na Hungria. Major Carvalho também é conhecido como o "Pablo Escobar brasileiro".

Ele foi para a reserva da PM em 1997. Um ano depois, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de cerca de 230 quilos de cocaína. O ex-PM sofreu também um processo para a perda do posto e da patente.

Na Europa, o ex-major se escondia com uma identidade falsa: ele fingia que era um empresário do Suriname chamado Paul Wouter.

Vivia em uma mansão avaliada em 2 milhões de euros na cidade de Marbella, no sul da Espanha.

Em agosto de 2020, a polícia da Espanha o prendeu por suspeitar que ele tinha levado cocaína para a Europa em um barco, mas sem saber que o homem, na verdade, era o brasileiro Major Carvalho. Foi detido como se fosse Paul Wouter.

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