Em 2022, Batayporã teve furto ousado, mas SIG descobriu autoria que desvendou outros crimes no Estado

Mais de 20 ocorrências de furtos de GPS instalados em máquinas agrícolas no MS geraram prejuízos em mais de R$ 5 milhões

Da Redação


Furtos ousados, arquitetados e que levaram prejuízos milionários em Mato Grosso do Sul e, em outros estados, mas descoberto e desbaratado na cidade de Batayporã pela Polícia Civil. O furto de GPS instalados em máquinas agrícolas é a nova modalidade de crime rural que já causou prejuízo de R$ 5 milhões no Estado. Delegacia de Batayporã deflagou em outubro passado a “Operação Triton”, onde desmantelou o grupo que furtava os equipamentos.

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Neste ano em MS, o furto destes equipamentos aumentou as estatísticas de crime no campo e chamou a atenção das autoridades deixando os produtores rurais de cabelos em pé. Mais de 20 ocorrências foram registradas neste ano em várias regiões do Estado, mas uma delas em Batayporã, onde descobriu a autoria da maioria destes furtos.

 Operação foi deglagrada em outubro na cidade de Nova Alvorada do Sul - Foto: Polícia Civil/Divulgação

Nos dias 17 e 18 de junho deste ano, a Fazenda Jagueretê e Estância Santa Izabel, ambas na área rural de Batayporã, foram alvos dos criminosos, onde foram levados equipamentos agrícolas de alto valor.

Investigação

Para elucidar os crimes, a equipe da SIG (Seção de Investigações Gerais) da Delegacia de Polícia Civil de Batayporã buscou exaurir todas as linhas investigativas vislumbradas. Uma delas, que produziu mais frutos, foi traçada a partir do trajeto utilizado pelos criminosos e do veículo empregado na empreitada delituosa.

A Polícia Civil, além de coletar informações minuciosas de testemunhas, trabalha com informações tecnológicas, dentre elas, conseguiu descobrir que os bandidos abasteceram na cidade e ainda compraram lanche durante a madrugada, no meio da empreitada criminosa.

Desde o início da descoberta do crime, a equipe coordenada pelo delegado titular Caio Bazoti seguiu empenhada nas investigações até chegar nos autores do furto das duas propriedades rurais que gerou um prejuízo de R$ 500 mil.

 Equipamentos furtados em Batayporã estão avaliados em R$ 500 mil - Foto: Polícia Civil/Divulgação

Até aquele momento, antes dos casos de Batayporã, dezenas de furtos desse tipo já haviam sido registrados no Estado, mas ainda não havia autoria delitiva identificada. As investigações apenas chegavam nos receptadores.

Os furtos desse tipo de maquinário agrícola com tecnologia embutida, de alto valor agregado cresceram muito nos anos de 2021 e 2022. E o MS é um Estado com grande produção agrícola. “Acontece que esses furtos não prejudicavam apenas a produção e os proprietários particulares, mas também toda a cadeia produtiva relacionada. Pois sem os equipamentos, os trabalhos são inviabilizados, podendo até mesmo ocasionar quebra na lavoura, daí atingindo os pagamentos dos funcionários envolvidos, os preços dos produtos, seguro e taxas de financiamento, o inadimplemento de fornecedores, enfim, de várias outras atividades correlatas à agricultura”, destaca o delegado.

Descoberta

Caminhonete Mitsubishi/L200 Triton do mentor da organização criminosa - Foto: Polícia Civil/Divulgação

Após descobrir o veículo que os suspeitos vieram em Batayporã e por onde passaram, o relatório investigatório ganhou mais robustez e os elementos probatórios foram se encaixando, chegando em dois suspeitos moradores em Nova Alvorada do Sul, Mateus Benites Rodrigues, de 23 anos, e Vitor José Pototski, de 21 anos, este último rapaz bem influente naquela cidade, inclusive o nome da operação originou devido ele possuir uma caminhonete Mitsubishi/L200 Triton.

A operação teve apoio da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira) e das Delegacias de Taquarussu e de Nova Alvorada do Sul, onde foi desmantelada uma organização criminosa armada especializada nesse tipo de furto. Atualmente, passados mais de 90 dias da operação, dois integrantes dessa organização permanecem presos. Quatro membros da organização atualmente respondem a ação penal pela prática do crime de organização criminosa armada e furtos qualificados, crimes cujas penas máximas somadas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

 Armas apreendidas no dia da operação - Foto: Polícia Civil/Divulgação

Foram apreendidos equipamentos para extração dos equipamentos (luvas, ferramentas), celulares, notebooks, veículo, cartões de crédito, e caderno com contabilidade da organização criminosa, dentre outros objetos relacionados à investigação.

Informações colhidas pela “Operação Triton” auxiliaram no esclarecimento de furtos ocorridos em todo o Estado, em investigações já promovidas pelo Defron e Deleagro (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Abigeato), de modo que após essa iniciativa, os furtos desse tipo diminuíram a ponto de cessar.

 Suspeitos quebraram celulares no momento da abordagem - Foto: Polícia Civil/Divulgação

As investigações continuam para desmantelar outros braços da organização criminosa e para traçar toda a linha até os receptadores, principalmente através da análise da dados bancários já obtidos judicialmente.

Dois dos investigados, no momento da abordagem policial, tentaram quebrar os próprios celulares para destruir provas. Mas a Polícia Civil conta com equipamento capaz de extrair dados até mesmo de um celular danificado.

Foram apreendidos equipamentos para extração dos equipamentos (luvas, ferramentas), celulares, notebooks, veículo, cartões de crédito, e caderno com contabilidade da organização criminosa - Foto: Polícia Civil/Divulgação

Caminhonete de um dos suspeitos originou o nome da Operação Triton - Foto: Polícia Civil

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