Aumento da vazão de água liberada pela Usina de Porto Primavera reflete em ''alagamento'' no Balneário de Rosana

Coordenador da Defesa Civil, Arnaldo João da Silva, citou que a Prefeitura irá utilizar o limite de segurança com relação à área de banho e já alertou sobre possível interdição


O aumento gradativo da vazão liberada pela Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, no Rio Paraná, refletiu diretamente no nível de água do Balneário Municipal, em Rosana (SP). O coordenador da Defesa Civil, Arnaldo João da Silva, explicou ao “G1” que a situação no local já era prevista, mas que, mesmo assim, o município está em alerta.

"O balneário estava na faixa de 8 ou 9 mil m³/s, e nós recebemos a notícia de que ia chegar a 12 mil m³/s nesta quarta-feira [15]. Nós já estamos no limite de 12,4 mil m³/s", contou.

O núcleo de operação da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera informou que o limite não será ultrapassado no Balneário Municipal, porém, ainda conforme Silva, a preocupação maior é com as consequências da abertura dos vertedouros da Usina Hidrelétrica de Rosana, que fica no Rio Paranapanema.

"Os vertedouros da Usina de Rosana seriam abertos na manhã desta nesta quarta-feira [15], e essa liberação da vazão ia ser gradativa, para não impactar mais aqui no município e pegar todo mundo de surpresa. O boletim das 11h apontou que já está em cerca de 700 m³/s. A previsão é de que chegue a até 2,5 mil m³/s, e isso vai impactar mais ainda no nível de água do nosso município. Então, devido a isso, o Rio Paraná está represando porque o Paranapanema também está 'jogando' água", relatou ao “G1

 Balneário Municipal de Rosana (SP) nesta quarta-feira (15) - Foto: Arnaldo João da Silva/Defesa Civil

Interdição

A prainha do Balneário Municipal ainda não está interditada. O coordenador informou que a Prefeitura irá utilizar o limite de segurança com relação ao local próprio para os banhistas.

"Provavelmente, a área de banho deve ser interditada. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros ainda estão avaliando isso. Sobre a questão do esgoto, se ele acabar sendo afetado, também estaremos proibindo o banho, por conta da saúde das pessoas que vão estar utilizando o local", disse.

Caso a água ultrapasse a barreira, o coordenador da Defesa Civil adiantou que o Balneário Municipal de Rosana será interditado.

"A gente está fazendo o monitoramento, através de barcos, e estamos acompanhando o nível do rio nas áreas de barranco e nas ilhas. Além disso, estamos passando as informações das possíveis áreas que poderão ser afetadas para os munícipes. A estrutura do município está à disposição se, por alguma eventualidade, for preciso fazer a remoção de móveis ou algum outro tipo de situação. A gente está em alerta", finalizou ao “G1

 Imagens feitas por câmeras de monitoramento no Balneário Municipal de Rosana (SP) mostram o nível da água no Rio Paraná nos dias 31 de dezembro de 2022 (à esquerda) e 15 de fevereiro de 2023 (à direito) - Foto: Prefeitura de Rosana

Cesp

Segundo a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), a elevação é decorrente do volume de chuvas acima da média para o período nos rios que formam a bacia do Paraná, em especial o Rio Grande.

Este aumento de vazão, conforme a Cesp, é necessário devido às aberturas das comportas de outras usinas hidrelétricas localizadas à montante (acima) da barragem de Porto Primavera.

“É importante destacar que esse tipo de operação durante o período de cheias é normal, na qual a liberação da água ocorre de forma segura e monitorada 24 horas por dia, seguindo as regras operativas definidas pelos órgãos reguladores”, salientou a Cesp.

A companhia ainda destacou que o nível de água do Rio Paraná no trecho à jusante (abaixo) da usina depende também das vazões provenientes do Rio Paranapanema, que não decorrem do controle da companhia.

A Cesp ressaltou que, em caso de informações relevantes, as comunidades que vivem na área de atuação da empresa serão avisadas, como forma de transparência em suas operações.

 Balneário Municipal de Rosana (SP) nesta quarta-feira (15) - Foto: Arnaldo João da Silva/Defesa Civil

CTG Brasil

A empresa CTG Brasil, que é responsável pela Usina Hidrelétrica de Rosana, no Rio Paranapanema, informou em nota ao “G1” que a unidade "opera com os vertedouros abertos e uma vazão defluente média prevista de aproximadamente 2.200 m³/s".

"Trata-se de uma operação normal determinada e coordenada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em virtude das condições meteorológicas e novas previsões de chuva para a bacia do rio Paranapanema. Vale ressaltar que a Usina Hidrelétrica de Rosana, assim como as demais hidrelétricas do país, tem sua operação coordenada pelo ONS conforme os procedimentos aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), tanto no que se refere à produção de energia, quanto ao controle do nível do reservatório", concluiu em nota ao “G1”.

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