Gaeco deflagrou operação contra advogados e policiais penais envolvidos com facção

Da Redação


O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou, nessa sexta-feira (5), a “Operação Bloodworm” que cumpriu 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão contra organização criminosa em Mato Grosso do Sul e outros cinco estados.

Entre os alvos da operação, estão advogados e policiais penais. A ação também ocorreu em Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Distrito Federal. Para a operação, o trabalho investigativo, durou cerca de 15 meses.

Em MS, os mandados de busca e apreensão, foram cumpridos em Campo Grande, Ponta Porã, Coxim, Dourados, Rio Brilhante, Sonora, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Dois Irmãos do Buriti.

O Comando Vermelho foi fundado no Rio de Janeiro há mais de 40 anos por custodiados do sistema penitenciário daquele Estado e desde então se proliferou por todo o Brasil, possuindo tanto integrantes reclusos quanto em condição de liberdade. Sua atuação é voltada para obtenção de vantagem financeira em prol do progresso da organização criminosa e para a imposição de uma espécie de poder paralelo ao do Estado, o que busca alcançar por meio da prática habitual e reiterada de nefastos crimes, como roubos, homicídios contra rivais e agentes de segurança pública, tráfico de drogas e de armas, além da corrupção de agentes públicos.

 

Segundo o Ministério Público, o trabalho investigativo, que durou cerca de 15 meses, permitiu descortinar ação da facção criminosa, até então de investidas tímidas no Estado, para o fim de se estruturar e se expandir em Mato Grosso do Sul, que se tornou importante rota do tráfico de drogas e de armas de fogo, em razão de sua posição geográfica (fronteira com o Paraguai e a Bolívia). A efetiva organização do Comando Vermelho neste Estado (CV–MS) teve início a partir da união de propósitos entre as lideranças reclusas no interior da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, unidade prisional cujas rígidas regras de segurança não impediram o ingresso de aparelhos celulares para uso dos presos, o que se dava por intermédio de participação criminosa de policiais penais corrompidos e de advogado a serviço da facção. O uso criminoso dos aparelhos celulares e as ações de “pombo-correio” empreendidas por advogados que integram a facção (gravatas) permitiam o contato entre os faccionados presos e seus comparsas em liberdade, a fim de traçar o planejamento de crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram reiteradamente praticados e comprovados durante a investigação, cujo proveito serviu para o fortalecimento do Comando Vermelho MS.

Equipes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro, dos GAECOs dos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás, do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e da GISP prestaram apoio operacional.

A operação conta também com a participação das Comissões de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados das Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil no MS, MT e RJ.

Operação Bloodworm

O nome da operação faz alusão à larva vermelha (ou verme-sangue) de nome BLOODWORM, que se trata de um verme conhecido por ser feroz, venenoso, desagradável, mal humorado e facilmente provocado.

Destaca-se por sua coloração vermelha, por viver aglutinado aos demais da mesma espécie e pela grande capacidade de resistência em condições ambientais extremas.

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