MPF denuncia megatraficante por organização criminosa internacional e tráfico de drogas

Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom, fugiu de helicóptero um dia antes da Polícia Federal deflagrar operação que pretendia prendê-lo. Ainda foragido, megatraficante está na lista da Interpol

G1/MS


Ministério Público Federal (MPF) denunciou Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom, por tráfico de drogas e organização criminosa internacional. As investigações policiais foram concluídas há 15 dias, mas o megatraficante segue sendo procurado depois de fugir da Polícia Federal de helicóptero no dia 30 de junho.

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Conforme apurado pelo “G1/MS”, as suspeitas são de que o o atual líder do chamado "clã Mota" esteja escondido no Paraguai. Com mandado de prisão em aberto no Brasil, expedido pela operação Dominus, Motinha está na lista da difusão vermelha da Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial mundial e o controle do crime.

A classificação possibilita a divulgação de informações entre os dois países, com objetivo mútuo de prender e extraditar o criminoso.

Iuri Silva de Gusmão, um dos seguranças pessoais de Antônio Joaquim, também foi denunciado pelo MP. Légio, como é conhecido, foi preso durante a operação que pretendia capturar todos os membros da organização criminosa. Em 2011, Iuri foi acusado de ser integrante de grupo neonazista que agredia homossexuais, negros, moradores de rua e outras minorias em Belo Horizonte (MG).

PF apontou Iuri como o chefe do exército de mercenários de Motinha que, além de fazerem a segurança pessoal dele, garantiam o funcionamento do esquema criminoso.

Fuga

Helicóptero com 430 kg de cocaína foi apreendido na área rural de Corumbataí do Sul - Foto: Polícia Federal/Divulgação

Na mira da Polícia Federal, Motinha estava em uma propriedade rural que se estende pelo Brasil e Paraguai, entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero (PY).

Segundo fonte ligada à investigação, dois dias antes da operação ser deflagrada, a informação vazou e chegou até Dom. No dia seguinte, um helicóptero pousou no lado paraguaio da fazenda e ele fugiu do local.

O “G1/MS” obteve a informação de que autoridades brasileiras suspeitavam de que o vazamento sobre a operação tenha partido do lado paraguaio da operação.

Versão rebatida pelo comando da unidade da Polícia Nacional do Paraguai, que combate o crime organizado, que alegou que apenas a Polícia Federal brasileira tinha acesso às informações sobre a ação que prenderia Motinha.

Perseguição policial

Gastos com prostitutas de luxo, compra de fuzis em Dubai, pagamento dos mercenários que fazem sua escolta pessoal e uma cirurgia plástica. Esses foram algumas das despesas descobertas pela Polícia Federal na investigação.

Antônio se autodenominou Dom, segundo a Polícia Federal, em referência a Dom Corleone, o chefe da família criminosa mais poderosa na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Munições apreendidas pela Policia Federal na operação Dominus - Foto: Polícia Federal/Divulgação

Ele é a terceira geração de uma organização criminosa que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.

A organização de Motinha, segundo informações obtidas pelo g1, se especializou no tráfico de cocaína. A droga, vinda da Bolívia e da Colômbia, chega por via aérea ao Paraguai, na região de fronteira com o Brasil, e de lá segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).

Em maio deste ano, Dom também escapou de ser preso dois dias antes de outra operação da Policia Federal, a Helix. Ele estava na fazenda Buracão, propriedade da família em Pedro Juan Caballero, na região de fronteira do Paraguai com o Brasil.

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