'Frete seguro': policiais transportavam cocaína em viatura oficial caracterizada

Operação Snow é voltada contra o tráfico de cocaína; Gaeco cumpre 21 mandados em Campo Grande e Ponta Porã

Da Redação


“Operação Snow”, deflagrada nessa terça-feira (26), pelo MPE/MS (Ministério Público Estadual) de Mato Grosso do Sul, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), tem o intuito de desbaratar organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, especialmente cocaína, na cidade de Campo Grande.

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Durante a operação, o Gaeco saiu para cumprimento de 21 mandados de prisão preventiva, sendo que três alvos já estavam custodiados no regime prisional fechado de Mato Grosso do Sul, além de 33 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande e Ponta Porã.

Conforme o Ministério Público, a organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram  utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico.

O grupo criminoso transportava a droga oculta em meio a uma carga lícita, o que acabava por dificultar bastante a fiscalização policial nas rodovias, principalmente quando se tratava de material resfriado/congelado (carnes, aves etc.), já que o baú do caminhão frigorífico viajava lacrado.

Além de usar uma carga lícita como cobertura para transportar a droga, a organização ainda fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas, desvinculando-os dos reais proprietários, para assim chamarem menos a atenção em eventual fiscalização policial (em regra, a liberação é mais rápida quando o motorista consta como dono do veículo).

Durante o transcorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais duas toneladas de cocaína da organização criminosa, apreendidas em ações policiais.

Uma das maneiras utilizadas pelo grupo para trazer a droga de Ponta Porã até Campo Grande, de onde saía para outros Estados da Federação, era o chamado “frete seguro”, por meio do qual policiais civis transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que, como regra, não era parada, muito menos fiscalizada por outras unidades de segurança pública.

O Gaeco contou com o auxílio da Corregedoria da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal durante as investigações.

O Gaeco teve apoio das equipes do Batalhão de Choque, da Força Tática e do Batalhão de Operações Especiais, todos da Polícia Militar, além da Corregedoria da Polícia Civil.

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