Testemunha de chacina diz que assassinos anunciaram ser policiais

Da Redação


Uma testemunha da chacina na sede da torcida organizada corintiana Pavilhão 9, no último sábado, em Osasco (SP), contou em entrevista ao “Brasil Urgente”, da “TV Bandeirantes”, que os assassinos disseram ser policiais durante o crime. O homem, que trabalha como faxineiro no local, e não teve o nome divulgado, é o único sobrevivente que sem tem notícia. Ele afirma ter sido enrolado em uma faixa até que os bandidos terminassem as execuções. Oito pessoas morreram.

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“Eles mandaram juntar todos e só ouvi os disparos. Só gritaram ‘aqui é polícia’. Depois não ouvi mais nada”, conta o faxineiro, que relata ter visto duas pessoas.

“Eu estava varrendo a quadra e fui lavar o banheiro. Estava terminando e entraram dois. Me levaram para dentro e me enrolaram numa faixa”, conta. “Achei que fosse morrer, mas Deus não deixou”, diz ele, que afirma ter desmaiado durante a ação. “Apaguei e não vi mais nada”, relata.

O delegado Luís Fernando Lopes Teixeira, um dos responsáveis pelo caso, diz que a polícia trabalha com os nomes de dois suspeitos. Acredita-se que a o crime tenha sido cometido por três pessoas. A principal hipótese para as mortes é o tráfico de drogas. Uma disputa por ponto de venda de narcóticos teria motivado os assassinatos. A chacina está sendo investigada pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa).

“Estamos conversando com algumas testemunhas e checando informações. Chegamos aos apelidos de dois indivíduos, que poderiam estar envolvidos com o crime. Mas ainda não há nada comprovado", disse Teixeira.

“Alemães”

A testemunha descreveu características físicas dos suspeitos. Segundo ele, dois assassinos tinham cerca de 1,60m de altura e cabelos lisos e bem claros. “Eram dois alemães”, afirma.

Segundo o faxineiro, os assassinos fugiram pela avenida dos Remédios. Ele próprio deixou o local correndo. “Vi meus colegas todos mortos”, diz a testemunha, que afirma conhecer todas as oito vítimas.

Passagens pela polícia

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, quatro dos oito mortos tinham passagem pela polícia. Entre eles, Fábio Neves Domingos de 34 anos, foi um dos 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, após a morte do menino Kevin Spada, em 2013. O torcedor foi atingido por um sinalizador atirado da parte da torcida do Corinthians no estádio. Na ocasião, o time paulista enfrentou o San José, pela Copa Libertadores.

Mydras Schmidt Rizzo de 38 anos, cantor e compositor da escola de samba Pérola Negra, Ricardo Júnior Leonel do Prado de 34 anos e André Luiz Santos de Oliveira de 29 anos, são os outros três com passagens pela polícia. Marco Antônio Corassa Júnior e Matheus Fonseca de Oliveira, os dois com 19 anos, Jhonatan Fernando Garzillo Massa e Jonathan Rodrigues do Nascimento, ambos com 21 anos, também foram mortos.

“Foi feito para não deixar ninguém vivo. Morreu gente que não tinha nada a ver. Falaram que foi por causa de drogas e torcidas... Tem nada a ver isso aí. Essas mortes foram encomendadas", disse.

Com Brasil Urgente

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