Cães sentem ciúme do dono, diz estudo

O Progresso


Uma pesquisa confirmou o que muitas pessoas que têm cachorros já sabem: os cães sentem ciúme de seus donos. Em um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico Plos One, os peludos se mostraram mais ciumentos quando seus proprietários eram afetivos com algo que parecia ser outro cão do que quando faziam isso com objetos aleatórios.

No experimento, os autores aplicaram em 36 cães um teste que mede o ciúme em bebês de seis meses de idade. Eles analisaram como os animais reagiam quando seus donos os ignoravam para interagir com três objetos: um bicho de pelúcia igual a um cachorro - que latia e abanava o rabo -, uma abóbora de Halloween e um livro. Os cachorros demonstraram significativamente mais ciúme quando o dono dava atenção ao bicho de pelúcia do que quando se concentrava nas demais peças.

Enquanto a maioria dos estudiosos se refere ao ciúme como uma emoção de complexa cognição, os autores da pesquisa sugerem que pode haver uma manifestação mais elementar do sentimento, que envolve a proteção de suas relações afetivas. Para eles, essa manifestação básica do ciúme afetou os cachorros.

“Muitas pessoas presumem que o ciúme é uma construção social humana ou uma emoção exclusiva das relações sexuais e românticas”, afirma a coautora do estudo, Christine Harris, professora do departamento de psicologia da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. “Nossos resultados desafiam essas ideias, mostrando que outros animais além de nós mesmos exibem uma forte angústia quando um rival adquire o afeto de um ente querido.”

Comportamento

Um novo estudo acaba de comprovar o que os donos de cachorros talvez já tivessem percebido: pelo tom da voz, o animal identifica se seu proprietário está feliz ou triste. Pesquisadores da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, usaram exames de ressonância magnética para estudar como o cérebro de 11 cachorros reagia a diferentes sons.

Segundo os cientistas, o cérebro dos bichos parece ter uma área que apresenta uma maior atividade quando ouve vozes humanas ou latidos do que outros ruídos sem importância, como o de um vidro quebrando.

A atividade é maior ao ouvir um som emocionalmente positivo do que um negativo. O estudo foi publicado recentemente no periódico Current Biology.

No estudo, em várias sessões de 6 minutos cada, os animais ouviram cerca de 200 sons de três categorias - vozes humanas, latidos e barulhos insignificantes -, enquanto os cientistas acompanhavam sua atividade cerebral.

O exame também foi feito durante o silêncio. Os pesquisadores submeteram 22 humanos ao mesmo teste, para comparar os resultados, e constaram que as áreas cerebrais que respondiam à voz eram parecidas em homens e cães.

Inteligência

Qualquer dono de cachorro sabe que o bicho é perfeitamente capaz de compreender olhares, como a indicação de um local para o qual apontamos ou um olhar de reprovação. O que poucos sabem, porém, é que essa habilidade de compreensão da nossa linguagem corporal é extremamente rara entre os animais — nem mesmo os chimpanzés podem interpretar tão bem nossos gestos quanto os cachorros.

Os cachorros podem não falar, mas nem por isso são incapazes de se comunicar com os humanos.

Assim como o choro de um recém-nascido pode ter vários significados, os cães usam diferentes tipos de latidos e rosnados para se expressar e ser compreendido pelos humanos — pesquisas mostram que os latidos representam apenas 3% das vocalizações dos lobos, provando que o hábito de latir é mesmo um recurso decorrente da domesticação.

Outros estudos indicam ainda que a maioria dos donos parece entender os significados dos diversos latidos de seus cachorros.

Ao contrário do que acontece em outros grupos de animais, os líderes das matilhas não são um casal reprodutor dominante, mas sim os cães que têm mais amigos.

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