9 são presos por suspeita de atuar em chacina em SP

8 PMs e 1 guarda-civil foram detidos. Eles teriam participado de ataques que mataram 19 em Osasco e Barueri.


Oito policiais militares e um guarda-civil foram presos na manhã desta quinta-feira (8) suspeitos de participar da chacina de Osasco e Barueri, ocorrida no dia 13 de agosto e que deixou 19 mortos.

Os militares detidos estão na sede do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e serão encaminhados para o presídio da Polícia Militar Romão Gomes, no Tremembé, na Zona Norte de São Paulo.

Cinco PMs estão com prisão preventiva decretada e outros três tiveram pedido de prisão temporária. Outros dois PMs também foram presos com munição de uso restrito, mas, inicialmente, a polícia ainda não confirma que eles estejam envolvidos diretamente com a chacina.

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Os suspeitos foram detidos após quebra de álibi. Eles informaram que estavam em determinado local, mas na realidade estavam em outro. O monitoramento do sinal dos celulares dos suspeitos também foi feito.

Foram apreendidos capacetes, roupas e armas e todo o material vai ser periciado.

As prisões ocorreram durante operação conjunta da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar que também cumpre 28 mandados de busca e apreensão em 36 pontos diferentes.

No total, são 457 policiais na operação, sendo 201 policiais civis do DHPP e Demacro e 256 policiais militares da Corregedoria da Polícia Militar.

A Força-Tarefa que investiga o crime apura a participação de 18 policiais militares, quatro guardas municipais de Barueri e de um vigilante. Além dos seis policiais que teriam participado diretamente dos ataques, há ainda 12 PMs que teriam atuado indiretamente. Eles podem ter dado cobertura aos assassinos.

Antes da operação desta quinta, só o soldado Fabrício Emauel Eleutério estava preso. Ele nega que tenha participado da chacina.

No dia 13 de agosto de 2015, 18 pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em ataques realizados por indivíduos armados em 10 lugares próximos, em um espaço de tempo de ao menos três horas, nas cidades de Barueri e Osasco, ambas na Grande São Paulo. Uma adolescente de 15 anos, que foi internada, morreu dias depois.

De acordo com alguns testemunhos e gravações de câmeras de segurança, um grupo de pessoas armadas usou veículos para se locomover entre os lugares. Eles perguntaram sobre antecedentes criminais e atiraram. Segundo as autoridades que investigam os crimes, um mesmo veículo teria sido visto em vários dos lugares onde ocorreram os crimes.

Viatura da PM leva um dos detidos pela força-tarefa pela chacina em Osasco e Barueri - Foto: TV Globo/Reprodução

A suspeita de que policiais ou guardas-civis teriam cometido os crimes surgiu depois que alguns dias antes da chacina, o guarda-civil Jefferson Rodrigues da Silva, de 40 anos, e o policial militar Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, foram assassinados na região.

O cabo Oliveira foi morto a tiros, no dia 7 de agosto, por dois criminosos ao reagir a assalto a um posto de combustíveis. Ele era da Força-Tática do 42º Batalhão da PM (BPM), responsável pela segurança na região, mas estava sem farda. A dupla usou a própria arma do policial para matá-lo e fugiu. O DHPP já identificou os suspeitos, que são procurados pela Justiça.

O guarda Jefferson Silva foi baleado e assassinado em 12 de agosto por três assaltantes que tentaram roubá-lo. Ele também estaria à paisana. Os criminosos fugiram. Na noite seguinte ao assassinato do guarda, começaram as ondas de execuções em Osasco e Barueri.

A Corregedoria da Polícia Militar interrogou 32 policiais militares que trabalhavam em Osasco e Barueri na noite de quinta-feira (13) e diz que eles são testemunhas.

A demora em se descobrir os responsáveis pelas mortes provocou protestos de amigos, familiares e grupos de direitos humanos.

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