Polícia Civil identifica autores de crimes contra idosos em Nova Andradina

Delegado Regional explicou andamentos das investigações

Glaucia Piovesan, Da Redação


Três crimes contra idosos ocorridos em Nova Andradina e em Nova Casa Verde nos meses de agosto e setembro causaram comoção na população e a Polícia Civil trabalha para identificar os autores e prender os criminosos.

Leia também

>> Crimes envolvendo idosos revoltam a população de Nova Andradina

 

Nesta terça-feira (3), a reportagem do Jornal da Nova entrevistou o Delegado Regional, André Luiz Novelli Lopes, e traz detalhes sobre o andamento das investigações e quais as ações que deverão ser tomadas para elucidar os crimes.

 

Latrocínio

O primeiro caso abordado pela reportagem foi o de latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido no dia 29 de agosto na zona rural de Nova Casa Verde, que resultou na morte Armando Felix de Sá de 85 anos.

Leia também

>> Homem é encontrado morto e com uma faca no pescoço em Nova Casa Verde

A Polícia Civil já tem um suspeito e deverá representar pela prisão temporária do acusado esta semana com o intuito de esclarecer o seu envolvimento no crime. Porém, até o momento, não se tem notícias do paradeiro deste indivíduo.

De acordo com informações do delegado, trata-se de um andarilho do Estado de São Paulo que trabalhou numa carvoaria da região por alguns dias, mas foi mandado embora por não atender as expectativas do empregador. Não foi colhida nenhuma identificação por parte do contratante. Dias antes do crime acontecer, a Polícia Militar teria feito uma abordagem no indivíduo, porém, sem encontrar nada ilícito. O acusado não tem passagem pela polícia, mas após o fato foram feitas buscas na zona rural e, em Casa Verde ele não foi mais visto.

O homem também teria tido um primeiro contato com a vítima na semana anterior ao crime, na sua residência, quando pediu pão. Nesta ocasião, o idoso não teria dado o alimento. Dias depois, o suspeito teria voltado à residência da vítima.  “O ambiente sugere que houve luta corporal e tinha uma sacola de pão separada, como se fosse ser entregue a alguém. Acreditamos que poder ter havido um desentendimento, mas não temos testemunhas oculares.  Esta semana ainda serão ouvidas algumas pessoas e pretendemos representar pela prisão temporária do suspeito, porque entendemos que deve estar preso e a disposição para o inquérito criminal para esclarecer seu envolvimento. A investigação depende da localização deste indivíduo”, esclarece.

Investigação policial está encerrada no caso da idosa de 90 anos, vítima de dois assaltos e violência. Criminoso está preso e MPE deve denunciar o acusado

As investigações a respeito de dois assaltos consecutivos a uma idosa de 90 anos, que teve sua casa invadida na rua Sete de Setembro, perdeu dinheiro e foi violentamente agredida pelo criminoso já foram encerradas pela Polícia Civil no prazo de 10 dias. O laudo de corpo de delito da vítima não foi anexado, mas o MPE (Ministério Público Estadual) já tomou esta providência para materializar as lesões e agressões físicas que a vítima sofreu. Até o momento, não foi retornado nenhum pedido de diligência a Polícia Civil, e portanto, o MPE deve ofertar a denúncia direta em desfavor de Rogério Aparecido de Araújo Alves de 27 anos, vulgo Rogerinho, que está preso.

Leia também

>> Força Tática prende acusado de assaltar e agredir idosa em Nova Andradina

>> Idosa volta a ter casa invadida por assaltante em Nova Andradina

>> Idosa tem casa invadida por assaltante em Nova Andradina

O Delegado Titular da Regional de Nova Andradina confirmou a informação de que foi cogitado o envolvimento de uma segunda pessoa, mas isso não restou provado. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão desse individuo, mas o juiz não acatou essa representação.  “O próprio autor (Rogerio) confessou, mas depois apontou o envolvimento de outro, que seria o responsável pelas agressões físicas. Porém, as próprias vítimas não tinham condições de fazer o reconhecimento e negam a existência de outra pessoa na cena do crime. Este segundo suspeito negou o envolvimento. Então, o juízo criminal entendeu que teria poucos elementos para decretar a prisão”, informa Novelli.

Identificado dois suspeitos de manterem idoso de 68 anos em cárcere privado

A autoria do crime de cárcere privado cuja vítima é um idoso de 68 anos também foi identificada. O homem é residente em um sítio na Linha Amizade, no Assentamento Teijin, em Casa Verde.

Leia também

>> Homem diz que ficou dois dias em cárcere privado em seu sítio na Teijin

A vítima tentou se libertar na manhã do dia 24 de agosto, mas foi espancada pelos criminosos, que fugiram levando seu veículo VW/Gol, um aparelho de celular, dinheiro e documentos, pela rodovia BR-267, sentido a Bataguassu. André Novelli informou que o veículo foi encontrado na Vila Amandina e os suspeitos residem em Novo Horizonte do Sul.

“São dois jovens que estavam de passagem na região. Já temos o nome dos suspeitos e dependemos de diligências para tentar responsabilizá-los pelo crime”, adianta o titular.

Outro roubo elucidado aconteceu na Fazenda Chalana, cujo proprietário também é um idoso

A Polícia Civil deve apresentar uma nota à imprensa nas próximas horas para informar detalhes da prisão dos acusados de roubo a Fazenda Chalana no dia 1° de setembro. Trata-se de um roubo com envolvimento de 4 assaltantes à imóvel rural cujo proprietário é um idoso de 88 anos. Foram feitas diligências e buscas e apreensões em Deodápolis e Ivinhema, que resultaram na prisão de dois acusados.

Leis favorecem os criminosos

Para Novelli, as investigações para desvendar esses e outros crimes despendem um trabalho de inteligência da polícia e uma estrutura de apoio e logística. Porém, parte deste trabalho se perde devido a mudança de estratégia jurídica favorecer o processo crime, ou o devido processo legal, na medida em que acaba deixando o criminoso solto nas ruas. “Prendemos por tráfico de drogas, conseguimos lograr êxito com prisões de suspeitos e foragidos da justiça, mas no dia seguinte estão de volta às ruas, praticando furtos e outros delitos.  Antes, existia uma resposta ao crime, a polícia prendia preventivamente. Hoje, não é assim. Agora, o preso tem que ser processado, julgado e condenado. Aí sim, permanece preso. Aquele bate pronto, que a polícia reuniu milhares de provas, não vale muita coisa. Só vai ser preso após ser condenado. Isso enfraqueceu a polícia e favoreceu o criminoso, que permanece nas ruas até ser julgado, ou seja, reincidindo em crimes e causando uma sensação de insegurança”, encerra.

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!